A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Lembrança

  
Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração.
William Shakespeare
Não me lembrava de como era difícil tudo isso. Mas também havia tempo que não sentia essa vontade louca de agarrar e não soltar mais, essa sensação de que a única coisa que poderia acalmar as "borboletas no estômago" eram aqueles braços, só aqueles. E os lábios.
Havia tempo que não sentia essa urgência, a vontade de sentar perto e ficar de mãos dadas, ainda que sem fazer mais nada. A segurança de estar no colo da pessoa que é a única com quem você gostaria de estar.
E aquele ódio que dura alguns segundos e de repente se tranforma em culpa, uma ira que vem só para constar, só para avisar e para mostrar que você se importa e não te deixar esquecer nem nessas horas. Aquela vontade de jogar tudo pro alto, que dura só até a próxima ligação ou até o próximo toque de SMS recebida no celular, naquelas horas que a gente não precisa nem ler a mensagem para saber do que ela fala.
Tinha me esquecido de como é delicioso descobrir as manias, os desejos, os sonhos, as projeções, os interesses e as coisinhas que irritam. Mas principalmente não me lembrava de como é bom ter alguém me perguntando o que eu fiz durante o dia, ligando para dar boa noite e me ajudando a desfazer as coisas que me limitam.
O que dá trabalho a gente lembra logo, lembra fácil... de como é difícil ter que se preocupar com as atividades de uma outra pessoa, ou de como é difícil não se preocupar quando seria bem mais fácil simplesmente não ligar... A gente lembra como é chato ter que dar satisfação, ainda que seja mínima, e reaprende a nos programar, só para encaixar as possibilidades de encontro, passa a ter que levar em conta horários que não são nossos, compromissos que não são nossos, impedimentos que não são nossos. E além de tudo isso, os sentimentos que não são nossos, as vontades que não compartilhamos, as idéias a que nos opomos e os ideais.
Não me lembrava de como era difícil ter que me forçar a aceitar, dizer que tudo bem, mecher os palitinhos lá de dentro para não demonstrar o descontento. Ter que respirar fundo, fechar os olhos e contar até dez, apertar alguma coisa para não soltar a mão, ter que pensar e repensar, avaliar e reavaliar, refletir, rir, chorar e deixar passar.
Não me lembrava, e olha que não faz tanto tempo, de como é bom ouvir a voz, o pedido de desculpas, o sorriso, as loucuras. De como é bom reconhecer na fala, nos modos, no jeito, no tom da voz, no toque, a paixão, a preocupação, a consideração, o afeto, o pesar, o medo. De como é bom sentir na pele uma outra pele que diz de um tudo, sem usar palavras.
Acho que a gente esquece dessas coisas só porque é muito bom redescobrí-las, reinventar, é muito muito bom lembrar.
Como é bom me lembrar de como é bom se apaixonar.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Da arte de tomar decisões erradas

Ainda que não seja sua culpa, nem responsabilidade, ainda que tenha sido contra sua vontade. Afinal quantas vezes você toma decisões impulsionada por um momento ou porque as pessoas esperam aquilo de você, ahn? Não estou falando de ser influenciável como um fantoche, estou falando de ceder, às vezes, àquela pressãozinha social que todo mundo já sofreu, sem excessões. Estou falando de ter certeza de que alguma coisa é a melhor em um momento e ter certeza absoluta de que não foi, quinze minutos depois. Estou falando de pensar rápido e depois se arrepender, de querer depois de aceitar ou recusar, ter tempo para pensar e pensar que devia ter pedido um tempo.
Antes de qualquer outra coisa, estou falando daquela necessidade de tentar desfazer, ou de arranjar um jeito para refazer e deixar certinho. Estou falanto daquelas vezes em que você deita a cabeça no travesseiro e não consegue mudar o rumo dos pensamentos até achar uma solução para tudo, ou pelos menos achar uma possibilidade de solução futura e tentável, que te deixe mais tranquilo ou pelo menos tranquilo suficiente para tentar se concentrar em outra coisa, ainda que seja só em dormir.
É esse sentimento chato de não saber o que poderia ter sido feito no lugar do que você fez, mas ainda assim saber que não escolheu a melhor opção. É não saber o que fazer porque parece que passou do tempo, que já é tarde para voltar atrás. Mas pode ser que não seja.  Sei lá, vamos ver no que dá, né? A gente não acerta todas. E já dizia o mestre José Saramago:
"O que tiver de ser será, o diabo não há de estar sempre atrás da porta".
Bom final de semana, galera (;

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estamos bem.

"Como está, perguntará ele, cansada mas bem, responderei eu, e estas palavras também as andamos a dizer constantemente, não me admira nada que ao passar-nos deste mundo para outro ainda consigamos arranjar forças para responder a alguém que se tivesse saido com a imbecil ideia de nos perguntar como nos sentimos; A morrer, mas bem, é o que diremos."

Trecho de A CAVERNA, por José Saramago.

Genial, não? Não bastasse ser verdade, é uma verdade universal: todo mundo com mais de 12 anos já respondeu isso pelo menos uma vez na vida.
É que antes do 12, mesmo quando nos cansamos, fingimos que não. Cansaço da infância é sinal de fraqueza, hahaha! Que saudade dessa época. Só se cansa de ficar parado, aí sim.
Depois os 12 a escola começa ficar chatinha, dever de casa não é mais decorar a tabuada do cinco, nem fazer duas folhas do caderno de caligrafia; prova deixa de ser sinônimo de ditado de frases desconexas; "ajudar em casa" deixa de ser só guardar seus brinquedos no armário ao final do dia; o dia deixa de ser preenchido pela escola e a natação, surgem as aulas de línguas, um ou outro esporte mais puxadinho, respondabilidades.
Daí pra frente só piora. No ensino médio as férias são a meta. O que você faz entre uma e outra, define tão somente o quanto você vai demorar para chegar às próximas. E na faculdade, esse trecho a ser percorrido, entre um período de férias e outro é tão massacrante que a gente se esquece até como soletra: F-É-R-I-A-S. A meta é manter-se de pé para o próximo dia. Na faculdade, cansaço faz parte do dia-a-dia: ao acordar se sente muito, durante a manhã quase se esquece dele, depois do almoço ele ressurge com força total e depois só dá sinal de ainda estar presente lá pelas tantas da noite, quando você se lembra que no dia seguinte acorda cedo novamente.
"Cansaço" depois de um tempo torna-se tão elementar na vida do universitário, que a gente, às vezes, até esquece dele. Vai tentando passar o tempo, suportá-lo por mais um dia. Tirando energia das perspectivas futuras, dos frutos pendentes, deixando a conta da falta de sono para ser compensada aos finais de semana, quando dá!  Mas o desapego da memória dura só até alguém nos perguntar como nos sentimos. É ou não é?!
"Estamos cansados, mas bem."
Estávamos.
Final de semestre: Férias, sejam bem vindas!

domingo, 13 de novembro de 2011

Renata IV

Renata não está nem ai. Faz o que quer, quando pode. O que pode, quando consegue. O que consegue deixá-la feliz.
Renata não está nem ai se a olham de baixo pra cima, se depois que ela passa cochicham, se não prestam muita atenção.
Ela não quer saber de pensar em motivos para deixar de fazer, de comer, de amar, beber.
Renata cansou de aceitar os limites que o mundo impõe sem explicar os motivos. Cansou de guardar seus sorrisos, de estar e fazer como e o que querem que ela faça. Renata soltou-se das amarras, das regrinhas, das falácias.
Ela não quer mais saber de assumir papeis que convém aos outros, esses papeis loucos, sem sentido algum.
Ela não vai mais deixar de sorrir, nem de falar, nem de sentir, ou de mentir se lhe convir.
Ela cansou de ficar a disposição, de esperar que precisem dela. Renata resolveu mudar as regras, subir na mesa, falar para quem quiser ouvir, que quem dá a última palavra é ela. Pelo menos nessa vida.
Essa vida que ela leva.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Noite fria, almas aquecidas.

A porta de vidro deixa enxergar o lado de fora. Embora a vista não alcance muito além da espessa neblina, é possível distinguir os vultos dos carros que passam silenciosamente pela pista da frente. Os sofás não comportam nada mais que almofadas, o ambiente aconchegante fica completo com as duas poltronas laterais, cada uma com uma manta em cima. O ar denso por causa do calor da lareira disfarça a falta de graus na temperatura apontada pelo termômetro e as velas ajudam a dar um clima romântico para a noite gelada que está fazendo. No som, toca um jazz antigo, baixinho.
No meio da sala a mesa de centro rodeada de almofadas e uma coberta felpuda. Em cima da mesa uma garrafa de vinho tinto chileno já no final, duas taças largas, de cristal; uma tábua de queijos que continha cubos perfeitos de gouda, emmenthal, gruyère,  provolone, brie, camembert, roquefort, ricota e mussarela de bufala regado com azeite de ervas finas; outra tábua com resquícios do delicioso presunto de parma em um canto, tomates secos ao lado, o que fora uma porção de azeitonas e algumas bruschettas caseiras. Um cheiro delicioso de chocolate derretido toma conta de tudo, mas não é visível sua fonte.
Ninguém na sala. Um cachecol deixado no tapete, um par de scarpins abandonados no caminho;  a porta do quarto entreaberta, só as chamas da lareira ainda acesa e a pouca luz que entra pela janela iluminam as duas pessoas adormecidas na cama.  Em cima de um criado mudo uma fotografia do casal, um relógio, um abajur, em cima do outro um aparelho celular, um batom, uma caixinha azul marinho, uma fita vermelha caída ao lado. No travesseiro um rosto em que descansa um sorriso silencioso, a mão direita repousando graciosamente ao lado da cabeça, no dedo anelar um anel de brilhantes. Em baixo das cobertas uma mão bem maior do que aquela que comporta o anel envolve um tronco pequeno demais para ser da mesma pessoa. No outro travesseiro um sorriso ansioso, complexamente feliz e intrigamente satisfeito em pertencer a alguém.  Ao longo da cama dois corpos imóveis, cúmplices, as pernas entrelaçadas.
A lareira continua crepitando, dando forma a sombras que compõem o cenário do final de uma noite perfeita, pelo menos para essas duas pessoas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

19 de outubro

Ele sentou, porque não sabia mais o que fazer. Perdera a ideia de quanto tempo já tinha esperado, quantas pessoas já tinham passado em sua frente e quantas voltas já tinha dado naquele salão limitado de espaço.
Enquanto casais iam e vinham, beijavam-se, abraçavam-se, despediam-se; filhos se agarravam aos seus pais, pedindo que não fossem, ou perguntando quando voltavam; e mães se desfaziam, como se não houvesse dor maior no mundo do que dizer adeus, ainda que temporário; ele pensava em como se sentiria quando finalmente estivesse unido à única pessoas que importa.
Nada despertava sua atenção além das mudanças na tela de informações. Quatro aviões no pátio, dois desembarcando, dois em espera; um avião esperando confirmação para o pouso e outros três atrasados. Ele não sabia de onde vinha o avião que esperava, nem a hora que chegaria, só sabia que era algum horário num intervalo inacabável das 24 horas daquela quinta-feira, 11 de agosto.
Ele sorria toda vez que uma sombra passava atrás da porta automática, fazendo-a abrir e só então revelar por trás de seu vidro escuro, quem pedia passagem. Seu coração não sabia quantas batidas por minuto poderia aguentar a mais, se essa ansiedade não começasse a diminuir.
Todas as vezes que ouvia uma voz parecida com aquela que tinha gravada na memória, virava, rodava, andava, buscando identificar de onde vinha, na sincera esperança de que aquilo tudo acabasse; a espera, a saudade.
Cada vez mais pessoas passavam por ele, algumas tão comovidas, na sua própria felicidade ou infelicidade, de chegar ou receber, de deixar ou ser deixado, que aos poucos ele se percebeu invisível no meio de todas aquelas chegadas e partidas.
Por muito pouco não se desesperou, já quase sentia aquele abraço, o calor dos beijos, o carinho, a reciprocidade, o sorriso. Até que mais algumas horas depois, e ele já não sabia quantas, se três ou quatro desde de a última vez que ousara se levantar e se afastar um pouco daquele portão escuro, finalmente ele a viu. Um lenço amarrado na cabeça, escondendo aquilo de que ele atualmente sentia mais orgulho, uma vitória, da pessoa que ele mais amava, sobre si mesma, uma cabeça pelada.
Só depois de olhar tão fundo em seus olhos, que sentiu finalmente suas almas se unirem como lhes era devido que ficassem, reparou em outro pano, este um pouco mais sereno, num tom de azul bem claro, não de seda, mas de algodão, bem fofo, algo parecido com uma manta amarrado em seu peito, volumoso, estranho, inesperado, im-pen-sá-vel.
Primeiro, era absurdo que por tanto tempo ela tivesse lhe escondido algo como isso. Segundo, se é verdade, então ele gostaria de ter ajudado, participado, compartilhado, apesar de saber que jamais poderia, porque não podia sair do Brasil, não agora, com esse trabalho e ainda faltavam 4 meses para suas primeiras férias. Oito meses desde que se viram pela última vez, a última viagem para encontrar a amada, e dar o apoio durante o forte tratamento quimioterápico, havia sido logo antes de começar no novo trabalho, passara um mês e meio lá, sofrendo a queda de cada fio de cabelo como se fossem dele, raspou sua cabeça em solidariedade e a ajudou a raspar a sua, para tornar tudo mais fácil. Comprou turbantes, lenços e chapéus, tirou fotos ainda que contra a vontade da esposa e sorriu, infinitamente, ainda que tivesse vontade de chorar, porque sabia que precisava que ela ficasse forte, muito mais por ele, que não poderia viver sem ela, do que por qualquer outra coisa. Egoísmo? Ele achava que não, era amor.
Ele foi se aproximando, segurando as rosas, outrora rígidas, brilhosas e cheias de vigor, agora murchas, por causa da demora, mas simpáticas. Ela sorriu como se nada mais importasse naquele momento. E não importava. Ele percebeu que não havia nem 10 segundos desde que tinha colocado seus olhos nela e que não tinham piscado desde então, nenhum dos dois, até que ela fechou os olhos rapidamente e uma lágrima rápida percorreu em seu rosto até o seu sorriso. Ele a abraçou, de leve, mas com a intensidade de milhões de braços fortes apertando o que de mais importante tinha em sua vida. Uma mãe e um bebê.
Ela omitira por 34 semanas e 3 dias, que estava grávida, fruto daquela última visita, apesar da fragilidade por causa da doença e principalmente do tratamento, cada momento que tiveram juntos fora mágico e, agora ele sabia, coroado por essa felicidade indescritível, de ter a mulher mais bonita do mundo, envolvida no turbante que ele mais gostava, sem prótese, sem seios fartos, resíduo memorável da mastectomia, mas com o que havia de mais precioso nos braços e no coração. Câncer de mama? Que câncer? Isso eles já tinham vencidos, juntos. Hora de escrever o próximo capítulo. Ele olhou para baixo e viu um sorriso, entre o seu peito, que agora vibrava, e a pele macia da mulher que ele amava, um sorriso banguela, de olhos fechados. Um sorriso de uma semana e dois dias. Tudo que ele não esperava, ainda que esperasse havia quase 12 horas.

 

Minha homenagem às gurreiras que enfrentam o câncer de mama.
19 de outubro - Dia Internacional Contra o Câncer de Mama.

domingo, 9 de outubro de 2011

À ventura

O que te dá vontade de sorrir também te faz chorar. O que te faz feliz às vezes pode te decepcionar.  Nem sempre  tudo está tão bem quanto parece e não é muito fácil perceber, porque a gente tem mecanismos que nós mesmos desconhecemos pra mascarar o que se passa lá no fundo. Ser feliz não é um estado de espírito, é muito mais que isso, é uma vida, uma base, um visão geral de todos os momentos, inclusive os ruins, que no final do dia, te fazem ser você. Ser feliz é um conjuto de viver, acertar, errar, às vezes com nós mesmos, às vezes com as pessoas que mais nos importamos, às vezes com alguém que importa pra alguém que nós amamos. Ser feliz não precisa ser o tempo todo, mas precisa ser em algum momento. É uma questão de superação, porque ser impecável não existe, não é disso que se trata a felicidade. Ser feliz é ser capaz de tolerar os erros, os seus próprios e os dos outros, é saber que há muito além do certo e do errado, do difícil e do fácil. É o que te faz continuar depois daquela manhã de mau-humor genuíno, daquela tarde em que tudo deu errado e daquele dia que você queria que nunca tivesse acontecido. Ser feliz vai muito além e é muito mais complexo do que simplesmente não acontecer nada de errado. Algumas coisas tem que dar errado, só pra termos a satisfação de tentar fazê-las dar certo. Às vezes nem o certo nos deixa bem. Às vezes a gente não sabe lidar com o certo, porque o certo pode ser muito chato. Eu já fui feliz com coisas que deram errado. Ultimamente, posso dizer isso de várias coisas, porque até mesmo errar pode proporcionar bons momentos; Assim como o que nos faz chorar.
É ou não é loucura esse instituto de ser feliz?

À ventura!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Das fases da vida:

A fase que a gente não lembra, a fase que a gente vê fotos e começa a achar que lembra; A fase que é meio apagada, mas que a gente lembra; As fases que passam até a gente chegar na fase em que tudo é colorido, nós somos as crianças mais lindas do mundo e ficamos "cada vez mais lindos"; A fase em que essa maravilha colorida de ser criança vai passando e a gente começa a entrar na fase negra, em que tudo é um caos; A fase em que bater a porta quando sair de algum lugar é o mínimo, mas também é até onde se pode ir; A fase em que qualquer autoridade é um desafio e qualquer concorrência é uma ameaça; A fase em que tudo importa; A fase em que nada importa; A fase em que tudo importa mais do que importa de verdade; A fase que a gente finge que não importa, mas tá sendo consumido por dentro; A fase de ouvir música alta só pra ninguém escutar o que realmente se passa dentro do seu quarto; A fase de assustar seus pais com a mudança súbita do seu estilo musical e depois das suas amizades; Fase de fazer tudo errado, escolher companhias erradas e quebrar a cara; Fase de se reencontrar, se dar mais valor, dar uma direção pra vida, traçar metas e achar que já está crescido; Fase de se apaixonar platonicamente; Fase de se apaixonar de verdade, mas achar que é platônico; Fase de conquista; Fase de achar que está amando, só para depois entrar na fase de perceber que nunca amou de verdade; Fase de se recuperar do quase amor, que não deu certo; Fase de ir pra balada, de beber uns bons drinks e desafiar a noite a acabar; Fase de dançar até descer do salto e se apaixonar todo final de semana por um cara diferente; Fase de quietar um pouco, estudar e finalmente passar dessa fase escrota que é a escola. Fase de esperar a vida começar; Fase de manter as melhores amizades, dipensar as que não valem à pena e fazer outras tantas, muito boas. Fase de liberdade, ainda que limitada; Fase de querer muito mais, de querer aproveitar tudo ao máximo; Fase de não ir mais para a balada de salto; Fase de bares, cinema e de samba na terça, baladinha na quarta (de sapatilha), forró na quinta, balada na sexta (de salto alto), barzinho no sábado, ressaca domingo, segunda para limpar a alma e começar tudo de novo no dia seguinte. Fase de não cansar e só cansar do que não cansa; Fase de deixar tudo do jeito que está; Fase de sonhar alto e pousar rapidinho, pensar e perceber que dá pra sonhar à meia altitude a curto prazo, mas que a longo prazo se pode tudo. Fase de pensar nas próximas fases.... Ah, fases!

Texto dedicado à minha irmã, que está por aí, perdida numa fase tensa de não saber em que fase se quer estar. Irmã, todas as vezes que eu olho para você me vejo uns anos atrás, passando por todos os mesmo conflitos. Essa chatisse passa, relaxa! Chatisse também é fase. É fase que está ali naquele meio das fases em que "ter fases" é uma fase! E passa! Mas como é chata essa fase de ser chata!

(...)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Felicidade Su-pe-ri-or!

Durante o Ensino Médio você acha que estuda muito, acha que está sobrecarregado, acha que todo mundo te persegue. Parece que nada que você faz é suficiente e você não sabe quais parâmetros está tentando preencher. Seus amigos são 6 ou 7, mas você acha que todos os contatos do seu Facebook são "amigos" e são mesmo, entre aspas. Esses "amigos" são todos retardados (no bom sentido, kkk) e você acha super engraçado. Você descobre que as metas da sua vida estão super traçadas, só até o próximo final de semana e que depois disso só Deus sabe o rumo que a sua vida vai tomar. Você acha injusto não poder sair sexta, sábado e domingo. Acha a maior sacanagem do mundo ter que acordar um sábado por mês cedo pra fazer prova e acha uma puta sacanagem todo mundo que te encontra na rua perguntar se já decidiu o que vai fazer na faculdade.
Depois que você vira universitário, você descobre que "estudar muito" não tem nada a ver com passar 1h30 por dia fazendo dever de casa e lendo power point de química no site da escola; que estar sobrecarregado é passar a manhã tendo aula, a tarde no estágio, estudar à noite e o comecinho da madrugada tentando recuperar o que perdeu da sua vida social, só pra se arrepender de não ter ido dormir cedo, quando acorda no outro dia com o despertador tocando às 5h45 da manhã e você lembra que a sua mãe não vai te levar pra escola, que você precisa acordar, lavar a cara com coragem e entrar no carro, porque tem um engarrafamento legal te esperando. Você tem certeza de que tudo o que você faz não é suficiente, porque o mundo espera muito mais de você, mas principalmente, porque você não aceita fazer menos. Você percebe que os parâmetros mudam todo dia. Os seus amigos continuam sendo 6 ou 7, mas você escolhe melhor os outros amigos e praticamente bane da sua vida os tais "amigos" (entre aspas). Mas sempre sobra um imbecil de quem você não consegue se livrar, por circunstâncias da vida e ai você esconde no fundo da alma a repulsa que tem por ele em prol de uma convivência pacífica. A maioria deles continua retardado e você continua achando engraçado, mas é porque você está habitualmente bêbado e eles também. Você começa a perceber que 12 meses é pouco, que um semestre passa muito rápido e que traçar objetivos dura até o limite do seu salário tosco de escrav...estagiário. Você sai sexta, sábado e domingo e acha sacanagem não conseguir ficar em casa pra colocar a matéria em dia. Acorda quase todos os sábados cedo por causa das aulas, da matéria, do trabalho, ou porque a ressaca tá forte e você precisa de um copo d'água. E se sente orgulhoso de responder o que faz na faculdade. Se não sente, sai daqui e vai resolver, porque você tá no curso errado... da vida. Sim, porque o que você faz na faculadade é o de menos. Mas, principalmente, quando você entra na universidade você percebe que a frase "eu era feliz e não sabia!" Não existe antes de se fazer uma faculdade. Porque esse é o melhor momento das nossas vidas, mesmo quando você está sufocada com milhares de afazeres, cinco provas e um trabalho pra entregar no curtíssimo prazo de dois dias. Estar na universidade é a melhor coisa do mundo!
Se você leu e não concordou com quase tudo, você está no Ensino Médio ainda, ou então é calouro e não sabe nada dessa vida de universitário. Volte daqui a três meses.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quando estar acompanhado é uma necessidade...

... Ainda que seja de música ou de um barulho qualquer. Ainda que seja de uma voz distante vários quilômetros. Ainda que seja de você mesmo, da sua voz ressoando alta sem ninguém mais para ouvir. Ainda que seja de lágrimas, de risos, de medos. De qualquer coisa que te destraia daquela única coisa em que você não quer se concentrar.
Ainda que seja de "uns bons drink", de um prato de massa, uma taça de vinho, uma fatia de bolo, sorvete, biscoitos, café, capuccino. Ainda que seja de frio e da companhia de um cobertor, ainda que seja de calor e se for de calor, um tanto melhor se for de calor de outra pessoa. Ainda que seja um colega, melhor que seja de um amigo. Ainda que seja um flerte, melhor se for uma conquista, um caso de amor. Ainda que seja um desafeto, às vezes melhor estar mal acompanhado, só para não estar sozinho.
Quando estar acompanhado é uma necessidade.
Ainda que não seja possível ter a companhia que você gostaria.

domingo, 21 de agosto de 2011

Jogo da vida?!

Sabe quando você não concorda com a estratégia do seu time mas sabe que eles não vão mudar a não ser que tomem dois gols antes do segundo tempo? A minha vida está assim, uma confusão que eu não consigo organizar de jeito nenhum, mas pelo menos ainda não estamos perdendo. Nem vamos. Eu tenho certeza de que antes de as coisas ficarem irreversivelmente complicadas o meu time vai se reorganizar e escolher a estratégia certa. Talvez a gente até precise trocar o técnico, é que o atual já está um pouco desgastado e sem moral... Quando ele diz para o time fazer alguma coisa, cada um dos jogadores se esforça para fazer exatamente o contrário. Parace até implicância, mas não é de propósito não, é que a minha emoção está em conflito direto com a minha razão. Batendo de frente, mesmo!
A razão sabe que o melhor para mim é ficar sozinha, mas meu coração quer companhia. A razão quer utilizar toda essa energia acumulada para aumentar a concentração nos estudos, no estágio, na academia e nas minha metas. O único problema, é que minha emoção necessita que a minha meta, pelo menos por enquanto, seja sair no mínimo três vezes por semana, dançar sempre que possível, beber tanto quanto eu aguentar e ficar, por horas, conectada às mídias sociais. Meu lado emocional simplesmente precisa se destrair, voltar para a zona de conforto, ainda que isso signifique colocar em suspenso todo o resto.
O time está precisando logo do intervalo, para rever a estratégia, mudar o ataque e reforçar a defesa.
Se eu preciso de terapia, achei-a exatamente nos momentos posteriores ao pôr do sol, na companhia de todos os outros notívagos de Brasília, quando os loucos saem à rua. Exatamente quando a minha razão vai dormir.

domingo, 31 de julho de 2011

Ninguém disse que seria fácil...

Agora é brigar com a memória, me esforçar para não ficar remoendo tudo e evitar o sofrimento. Ontem eu busquei conforto conversando com um amigo no telefone e ele citou algumas vezes uma coisa que me inspirou para encarar essa fase da minha vida:

"A dor é inevitável;
O sofrimento é opcional."

Carlos Drummond de Andrade
Depois de ele repetir algumas vezes, eu fui reparando que cada vez que ele falava isso a minha força aumentava, não para não sentir dor, mas para afastar o sofrimento. Machuca mesmo e muito sentir o que eu estou sentindo agora, mas quando a gente se convence de que vai ficar melhor de um jeito, é difícil se convencer do contrário, ainda que escolher manter as coisas como estão seja mais cômodo.
É que às vezes, o caminho mais difícil, ainda nos parece o mais certo, mesmo que signifique rearrumar o quarto, tirar as coisas que atiçam a memória e andar com lenços em baixo do braço, só para ter certeza que as lágrimas não marquem o caminho. Mesmo que signifique encarar uma realidade que não se pretendia encarar por agora e que signifique dizer a todo mundo que ele não vem ou que não, você não precisa de um convite extra. Mesmo que você não saiba que não tem mais em quem deitar para ver televisão ou alguém para te avisar que a cena já mudou e que você já pode olhar e, principalmente, que não vai ter aquela mão muda na sua perna durante o cinema, só pra te lembrar de que você foi acompanhada. Acho que o pior de tudo é não ter ninguém para rir do meu lado quando eu fizer alguma besteira e, considerando que eu vivo fazendo besteira, vai ser bem difícil ignorar que eu abri mão disso por causa de algumas coisas que perto dessa falta vão parecer tão ínfimas.
Acordar e ir dormir sem ouvir uma voz distante, sem conversar sobre o dia com alguém que você sabe que está muito interessado, mesmo. Não ter companhia para os almoços de família, nem para aqueles momentos em que não se quer fazer nada. Não ter com quem brincar quando o Inter jogar contra o Fogão e não poder mais reclamar dos posteres de time em todo quarto. Ninguém mais para revisar os meus textos nem para me dizer o que fazer quando der tudo errado em algum programa no computador.
É... ninguém disse que ia ser fácil. Mas até ontem eu não tinha realizado que ia ser tão difícil. Enfim, chega desses pensamentos, tenho certeza de que isso vai fazer muito bem para nós dois, como já nos fizemos tão bem, amor.
Hora de me concentrar em outras coisas e pensar no "daqui pra frente". Agora a memória é bagagem leve, bem gostosa de se carregar. 
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice Lispector
Mantenho a página; começo um novo capítulo.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Eu acho que tudo bem.

"Se você sente tédio quando está sozinho é porque está em péssima companhia".

Jean Paul Sartre
Você já quis ficar sozinho e alguém te disse que isso era triste, estranho ou perguntou o que tinha acontecido? Gente, qual é o problema de querer ficar sozinho? Sério, ai vai a grande novidade: FICAR SOZINHO É MARAVILHOSO! Ter boa companhia também é maravilhoso, mas o que te impede de eventualmente ser você mesmo a sua boa companhia?!
O post de hoje não é um post de desabafo, está mais para um post de convencimento, para me convencer e convencer a todo mundo que me diz que "ir ao cinema sozinho é triste" de que tudo bem ter um milhão de amigos, e por mais que estar com eles me faça ter os melhores momentos da minha vida, ainda assim eu posso estar bem e querer ter um tempo sozinha.
Pense nas coisas gostosas que você faz sozinho. Ler um livro, ouvir boa música, assistir um filme que tem um significado totalmente especial pra você, sabe, que dá a impressão de que foi feito pra você e ninguém mais vai entender, isso serve também para uma boa peça de teatro. Cozinhar, mesmo que seja só um misto quente e um capuccino em uma noite de sexta-feira em que todo mundo saiu de casa, te chamaram para uns 17 eventos diferentes e tudo o que você quer é ficar quietinha, comer, ficar em baixo da coberta e ver o que estiver passando na televisão, ainda que a programação seja horrível, e então dormir, assim que sentir vontade, sem ter que pensar em nada além de colocar o seu pijama mais confortável, escovar os dentes, prender o cabelo de um jeito esquisito, só para ele não ficar na sua cara e dormir abraçadinha com... um bichinho de pelúcia ou um travesseiro, lógico, afinal, você quer estar sozinha nessa noite e isso realmente te apraz, não é carência ou falta de opção, é um momento pra você se curtir. Será que isso é permitido sem que eu pareça anti-social? Sim, porque eu aposto que não sou só eu que tenho esses momentos egocêntricos.
Quando a gente está seguro de estar acompanhado, não tem problema ficar sozinho por alguns momentos. E se mesmo depois de ler o que eu tinha a dizer, você ainda acha que eu estou deprimida e que todo mundo que quer ficar sozinho não tem amigos ou sei lá, não quer ter amigos, você não entende nada sobre se amar e ter um tempo pra ser você mesmo independente de quem está em volta. Não que cercados de outros não sejamos verdadeiros, mas é que só no nosso momento mais íntimo e pessoal podemos sentir e dizer (por que não...?) tudo aquilo que está lá no fundo e a gente não quer falar ou não consegue fazer ninguém entender. Estar sozinho nos coloca no ponto mais alto de sermos nós na nossa melhor e pior forma.
 
"Ninguém está sozinho, quando o coração está acompanhado."

Wagner Martins
É isso. E daí se eu quero ficar sozinha!


... né? Oo

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Codinome AMOR

Essa madrugada eu e alguns amigos passamos por um aperto, uma amiga ficou sem dar notícias por algumas horas mais do que o comum e nós levamos um susto, até que ela apareceu, bem, e tudo se resolveu. Passar essas horas pensando na segurança e no bem estar de uma pessoa tão querida me fizeram perceber que amizade é um outro nome para amor, dos mais sinceros que existem.
Coincidentemente, essa madrugada, foi também a madrugada do dia do amigo...  Dia do amigo sempre faz a gente refletir sobre essas pessoinhas maravilhosas que aparecem nas nossas vidas: as risadas que damos com eles, os segredos e os momentos que compartilhamos, os sustos e os momentos difíceis que passamos lado a lado. E lembrar de tudo isso nos lembra do quanto temos que agradecer, seja por terem aparecido nos nossos caminhos, seja por não terem saido dele. Isso é ser amigo.
Eu sempre escrevo sobre meus amigos aqui, não é àtoa e ser aquariana é só um pedacinho dessa minha devoção às minhas amizades, é que eu sempre tive várias famílias... é com muito orgulho que digo que eu coleciono ótimas amizades e como dizem que amigos são a família que nós escolhemos, eu posso me gabar de ter famílias maravilhosamente especiais e diversas.
Eu não posso dizer que amo todo mundo que passa pela minha vida, até porque eu prezo muito pela não banalização do "eu te amo", mas eu posso dizer que amo muitos momentos que essas pessoas me proporcinaram e me proporcionam, então, de um modo ou de outro, amizade é amor, é um amor pelo que se vive junto, pelo que se compartilha, ainda que seja um momento de ira, de medo ou de solidão, porque com amigos até isso a gente compartilha, mesmo sabendo que solidão significa estar sozinho.
E àqueles amigos que podemos dizer que amamos, esses são ainda mais qua amigos, diria que são irmãos, ainda que os conheçamos há pouco tempo.
Amizade é ou não é coisa mais preciosa do mundo? Eu tenho o maior prazer de dizer que dentro de mim existe um universo inteiro de amor, muito mesmo e cada pedacinho dele tem um rosto: entre família e as outras famílias, eu diria que são algumas dezenas de sorrisos que me inspiram todos os dias.
Obrigada a cada um de vocês, que sabem que são meus amigos (e eu tenho certeza de que vocês sabem). Obrigada, não pela amizade, por que ser amigo não é algo que se agradece, mas por tudo que passaram comigo. Que muitos momentos maravilhosos possam ser somados a esses que já habitam nossas memórias. E eu tenho certeza de que ainda muitas pessoas maravilhosas vão cruzar o meu e os seus caminhos, não para retirar, mas para acrescentar em centenas de vezes essa emoção de amar ser amigo.
Feliz dia do amigo! E mais uma vez, obrigada por amarem comigo!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Parabéns a você...

Eu tinha pensado em fazer um post beeeeem sarcástico, mas ai no meio de todos os adjetivos que eu estava empregando de forma negativa a eles, percebi que eu ganharia bem mais falando dos homens maravilhosos que eu conheço.
Vocês não depilam, não menstruam, não sofrem com salto alto, nem tem que vigiar o modo como sentam porque estão de saia. Vocês não tem cólicas, não dão a luz e não tem ideia da dor que é fazer a sombrancelha. Vocês não se preocupam por dias com o que vão usar nas ocasiões especiais, nem pensam na maquiagem que vão fazer. E ainda que isso tudo seja verdade, vocês tem tantas faces maravilhosas.
Vocês colocam seus casacos na lama para nós pisarmos em cima, abrem as portas e sempre nos dão passagem. Vocês sempre nos ouvem e levam tudo o que nós falamos em consideração. Vocês sempre olham nos nossos olhos, entendem o que dizemos e ligam no dia seguinte, vocês nos fazem sentir especial em todos os momentos. Os homens merecem mesmo parabéns, porque são sempre gentis, estão sempre de bom humor, com um sorriso no rosto e fazem de tudo para nos agradar, mesmo que isso signifique ir ao shopping na hora da final do campeonato estadual. Vocês nos mimam, dizem coisas lindas e sinceras sempre, entendem o sexo como uma consequência e nunca como um objetivo. Vocês jamais olham para outras mulheres quando já estão com alguém e nunca contam vantagem para os amigos. Vocês são todos uns doces e realmente merecem nossa adimiração, porque vocês homens, são os melhores homens que vocês poderiam ser. PARABÉNS.
...
Tá, a ideia de não ser sarcástica durou tipo... 20 segundos. Hahaha como deu para perceber, espero, o post foi uma brincadeira. Falando sério, eu realmente tenho homens maravilhosos na minha vida e eles merecem muitos, muitos parabéns pelo seu dia. Continuem sendo ótimos e melhorando!!
Feliz dia do homem!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Viagem ao Peru - Dicas

Depois de tantos dias escrevendo tudo sobre a viagem aqui, acho que posso dar algumas dicas que podem ajudar quem for fazer essa viagem futuramente a ter uma viagem ainda mais confortável:
  1. A primeira observação a se fazer acho que é sobre vacinas. O Peru tem alguns riscos de doença e por esse motivo a ANVISA orienta que as vacinas estejam em dia, mas é uma ORIENTAÇÃO e não uma exigência. Atualmente nem o Brasil nem o Peru exigem nenhuma vacina nem para entrar nem para sair dos países. De qualquer forma, no site há todas as informações necessárias, sobre as doenças que existem lá e quais as vacinas recomendadas. Essa lista pode ser consultada nesta página.
  2. Sobre o clima: lá faz frio, MESMO, nessa época do meio do ano, não achem que estão exagerando em levar casacos, cachecóis, luvas e toucas. Não precisa de ceroulas por exemplo, a não ser que você realmente sinta muito frio, mas é bom levar meias grossas, e no caso das mulheres, meias-calça para colocar por baixo de outra roupa nos dias mais frios.
  3. Quanto ao calçado, prefira os com o cano um pouco mais alto, eu levei uma espécie de bota para trilha, com o cano na altura do tornozelo e  me serviu muito bem, fica quentinho e é super confortável para as caminhadas em solo acidentado.
  4. Uma dica boa sobre o que levar é: levem só o necessário. Sério, pelo menos se forem fazer o tipo de viagem que nós fizemos. Quem acompanhou o blog percebeu, nós dormimos uma noite em cada cidade no máximo, e mudar toda hora de hotel com muita bagagem dá muito trabalho. A nossa estratégia para simplificar essas locomoções foi cada um levar uma mala pequena, com rodinhas de forma que cada um ficasse responsável pela sua, sem depender de ter alguém pra ajudar a carregar por causa do peso, por exemplo. E aí, aconselho ainda, que levem uma mochila, para carregar o que for necessário durante os passeios, como máquina, água, um lachinho, carteira, artigos de higiene pessoal e para ir colocando o que você comparar durante o dia, porque ficar carregando sacolinhas é um saco, né?!
  5. Em relação ao que falei sobre os probleminhas com a alimentação, realmente acontecem, e como você não vai querer a sua viagem interrompida por diarréia e mal estar, evite comer tudo o que não for cozido, folhas, salada e até frutas com casca. Felizmente nenhum de nós passou mal durante a viagem, mas vimos muitos casos nos grupos em que estávamos, então fiquem atentos.
  6. Importante para quem for fazer passeios em altitudes maiores, é lembrar de usar a folha de coca, escalham entre uma das várias formas de consumí-la. Ajuda muito. E já que estou comentando sobre isso, bom lembrar também dá dica do álcool, que comentei no post do passeio no Vale do Colca.
  7. Outra boa dica é que não comprem nada por impulso, geralmente os preços nas feras divergem muito de uma barraca para outra, para vocês terem noção, em uma fera que fomos, eu queria comprar um chaveirinho e me cobraram por uma peça exatamente igual: 8 soles em uma barraca, depois 12 em outra barraca e finalmente me ofereceram o chaveirinho por 5 soles em uma barraca diferente. Então procurem e pechinchem, porque das peças características, as que geralmente procuramos para levar de presentinhos, todas as barracas vão ter exatamente igual e com essa variação absurda de preço, pensem!
  8. Lá é super seguro, não se preocupem de andar nas ruas à noite, com mochila, máquina, etc. Só prestar atenção, sempre, como em qualquer lugar, porque infelizmente, apesar de não ser comum, as coisas acontecem eventualmente.
  9. É bom levar dinheiro em cash, para facilitar a compra de besteirinhas, compras em feiras de artesanato e água, lanchinhos, etc.
  10. Tem muitos caixas eletrônicos nas cidades, então se vocês estão levando cartão para sacar dinheiro, não se preocupem, será fácil utilizá-lo. Nós optamos pelo Visa Travel Money, e foi uma ótima opção, realmente fácil de usar, quase todo lugar tem caixa de bandeira Visa e quase tudo, com exceção dos taxis, aceita cartão.
  11. Falando em taxi, no Peru os taxis não tem taximetro, de modo que o valor do trecho depende da distância. Novamente, negociem; em geral os valores são baixos e justos, mas melhor combinar o preço logo que disser ao motorista para onde vai, para não ter surpresas na hora de pagar.
  12. A última dica é: curtam muito! Prestem atenção nas explicações dos guias, porque é ótimo aprender na prática e lá é exatamente isso que vocês vão fazer. Melhor do que ler qualquer livro, ou assistir a qualquer documentário. Relaxem e aproveitem tudo o que o Peru tem a oferecer; a cultura, a história, a hospitalidade. E deleitem-se com essa viagem maravilhosa!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Peru - Observações finais

Gente, voltei, triste, mas também já estava sentindo falta do quantinho  de Brasília. Estou morrendo de saudade dos amigos, incrível como 9 dias longe das pessoas com quem você compartilha a sua vida se tranformam em muito mais tempo. Enfim, foi ótimo chegar.
Como eu havia dito, esse post vai ser para fazer alguns comentários que não fiz durante os outros posts.
Por exemplo, preciso falar do trânsito: Nada como São Paulo e nem chega a Brasília nos horário de pico, mas o trânsito no Peru é caótico. Não por causa da quantidade de carros, o trânsito de lá não é complicado porque é cheio, mas porque os motoristas por lá tem um ofício complementar, que é ser malabarista. Eles dirigem que nem loucos, a buzina substitui totalmente a seta e as ruas simplesmente não parecem ter mão. Os carros viram, cortam, ultrapassam e buzinam quando e onde bem quiserem, sério, caos! Sem falar nas subidas e descidas das montanhas, sabe aquelas pistinhas de terra que mal cabe um carro pequeno? Pois é... Lá eles não só passam com ônibus nessas pistinhas, como as vezes ainda passam DOIS, cada um em uma direção, num espaço que sinceramente, eu não passaria com o meu golzinho. E o mais impressionante: eu não vi nenhum acidente. Então basicamente, apesar do medo e da agonia de entrar em um automóvel no Peru, confiem às suas vidas a essas pessoas... até porque não há outro jeito.
Outra coisa interessante são as placas de "Local Seguro". Lá constantemente nós vimos sinalização em locais dizendo qual a rota de fuga da costa em caso de tsunami e quais os locais seguros em cado de sismos, enchentes, etc. Gente, pense num povo preparado... Ao ver essas placas ao mesmo tempo eu me sentia segura, por saber o que fazer se acontecesse alguma coisa e insegura por saber que há chances reais de acontecer alguma coisa. Tenso.
Bom comentar também sobre a comida. Em geral a comida de lá é boa e é muito interessante provar as comidas típicas, além das bebidas, como a Chicha, a Inca Kola e o Pisco Sour, que eu já falei sobre. Entretanto, depois de uns cinco dias, você vai perceber que comer duas vezes por dia no Peru em restaurantes tipicos é um saco, porque todos tem o mesmo cardápio, com os mesmos pratos e preparados do mesmo jeito, daí você vai começar a comer fast food, certeza. Acontece que embora os pratos sejam bastante saborosos, é como se você fosse a Minas e todo dia entrasse num restaurante e encontrasse: Tutu de feijão, leitão à pururuca, torresmo, linguiça, frango ao molho pardo, quiabo e couve. Entende? Nos primeiros dias vai ser ótimo, mas depois você vai ficando sem opção. Tem uns pratos que eu aconselho todos a experimentar, como o cuy, rocoto relleno e carne de alpaca, por exemplo. São pratos bem típicos de lá, entre outros que vocês vão encontrar facilmente em todos os restaurantes.
Eu já falei isso, mas vale repetir: me impressionou a boa vontade e a prestatividade de todos mundo com quem lidei no Peru. Não é por acaso que um dos maiores setores empregatícios de lá é a prestação de serviço, eles são ótimos atendentes, guias e tudo o mais. As pessoas sabem fazer e gostam do que fazem, te comprimentam sempre, te recebem bem e resolvem o que quer que você precise, com uma eficiência invejável em comparação com a prestação de serviço brasileira.

Por hora não estou lembrando de mais nada, mas também não acho que já disse tudo, então se lembrar de mais alguma coisa depois, edito aqui. Beeijos

P.S.: Eu quero agradecer ao meu namorado, porque ele corrigiu todos os posts, uma vez que durante a viagem eu escrevia tudo super correndo e porque os teclados no Peru não tem todos os acentos que nós temos, então às vezes eu ficava com preguiça dos atalhos e do copia-e-cola e mandava tudo sem acento pra ele corrigir e postar para mim. Então, obrigada, amor!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Dia 9 - Lima

Hoje voltamos para Lima, para o nosso último dia de viagem programamos um city tour, em que fomos visitar os principais pontos turísticos da cidade. Primeiro vistamos o Museo Banco Central de Reserva del Perú, em que é possível ver peças arqueológicas como cerâmica, uma coleção inteira de ouro inca, tecidos, pinturas e peças de arte popular. Lá tem peças realmente interessantes.
Saindo do museu seguimos andando até a Praça Maior de Lima, em que se encontram o Palácio do Governo, uma Catedral da época da Colônia e outros prédios de arquitetura memorável. Dali saímos para o Monastério São Francisco e Catacumbas. O Monastério é no estilo barroco, bem bonito e hoje funciona como um museu em uma parte, mas em outra parte ainda funciona como igreja mesmo, tem missas todos os dias, tem um coral lindo e algumas obras valiosíssimas. Na parte interna do monastério tem uma catacumba em que eram enterrados os fiéis e os sacerdotes e que hoje foi transformada em uma esposição bem macabra.
O passeio foi curtinho, só essas três paradas, mas foi interessante. Eu não curti muuuito porque estava cansada, então fiquei só pensando em quando ia acabar.
Hoje à noite seguimos para São Paulo e depois Brasília, então esse é o fim da nossa peimeira viagem pelo Perú. Primeira sim, porque esa é uma viagem para se fazer duas vezes. E porque dessa vez não pudemos ir a Puno, então  o Peru ficou devendo um restinho de história para nos contar.
Amanhã eu posto as últimas obrservações sobre a viagem que não comentei durante os outros posts.
Tenho que organizar as coisas para ir para o aeroporto. Beeesos!

Dia 8 - Machu Picchu/Cusco

Hoje não fizemos nenhum passeio, foi nosso dia de descanso. Como optamos por fazer todo o passeio por Machu Picchu ontem, resolvemos ficar tranquilos hoje. Dormimos até mais tarde um pouco, demos uma volta pelas feirinhas que havia perto do hotel e fomos para o trem de retorno a Cusco. A viagem durou 3h e meia aproximadamente, porque dessa vez viemos direto para Cusco, enquanto na ida já estavamos em uma cidade mais próxima e a viagem durou 1h. Novamente a paisagem era maravilhosa, afnal é o mesmo caminho.
Chegando a Cusco, voltamos ao hotel e depois saimos para jantar. Comemos em uma cantina italiana, muito boa, estava com saudade de comer uma pizza. Apesar do frio, fomos e voltamos a pé, pois queríamos retornar à Praça de Las Armas. Na volta as ruas já estavam bem vazias e apesar disso as lojinhas estavam quase todas abertas, reparei nisso desde os primeiros dias, o comércio aqui abre muito cedo e fecha muito tarde. Chegamos ao hotel rapidinho e já vamos nos organizar para partir de novo; Amanhã retornamos a Lima.
O post hoje é curtinho, porque não tenho dicas nem comentários a mais para fazer.  Beijos e boa noite!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dia 7 - Machu Picchu

Sinceramente, não tenho muito o que dizer sobre o dia de hoje. Eu poderia tentar descrever, usando todas as palavras do meu vocabulário e ainda assim, não conseguiria lhes explicar o que foi o dia de hoje para mim. Machu Picchu é tao indescritível que ainda que me esforçasse, não seria possível transmitir quase nada da minha experiência de hoje para vocês. O Santuário Inca é tão extraordinariamente espetacular, que somente visitando se pode ter noção da emoção que é. Emoção sim, pelo menos para mim, que li várias reportagens, livros e vi vários documentários sobre o assunto, só imaginando o dia em que iria conhecer o lugar pessoalmente. Hoje, quando olhei em volta e me deparei com todas aquelas pedrinhas, aqueles pedrões, as terraças, as casinhas e os casarões, as construções mais sensacionais já feitas sem quase nenhum recurso, me emocionei de verdade e chorei. Não CHOREI, assim, de soluçar, mas me deixei levar pele sentimento maravilhoso de realizar um plano de muito tempo e deixei que as lágrimas que se manifestaram escorressem livremente pelas minhas bochechas. Gente, Machu Picchu é lindo demais, por sua construção perfeita, a dedicação com que foi planejada e executada e principalmente por sua história. Machu Picchu agora é ainda mais sedutor para mim, realmente me ganhou, pois quando se vê assim de perto, quando se escala, se sobe, desce, contorna, toca, senta e se espera o pôr-do-sol olhando o horizonte desse que foi o mais importante santuário inca, aí sim se sente, percebe e ama cada pedacinho desse lugar maravilhoso. Isso, sem falar do caminho de trem, para chegar em Machu Picchu, que é des-lum-bran-te; um visual maravilhoso, 3 horas de paisagens de cartão postal ao longo do Rio Urubamba. Não tem como perder.
Tendo dito isso, o meu conselho é que façam esse passeio maravilhoso. Se puderem, façam as trilhas, se não puderem visitem pelo menos as ruínas mais importantes. Se possível, façam mais ou menos como eu fiz, deixando Machu Picchu por último, porque se começarem por ela, não se interessarão por mais nada que vierem a visitar depois, pois todas as outras ruínas são muito mais simples e tem menos história, composição e perfeição que esta. Façam a viagem e façam-na em boa companhia e com quem tenha paciência, ânimo e ância de conhecer tanto quanto você. Se for o caso, faça com seu amor, o marido, o amante, o namorado; porque é romantiquíssima a viagem. E Machu Picchu tem um visual no fim da tarde, perfeito para se curtir a dois. Eu curti com a família e depois escapei, coloquei meus fones de ouvido e curti o pôr-do-sol lá de cima das ruínas, bem acompanhada apenas da minha música, escolhida a dedo. E foi maravilhoso. Só posso desejar que vocês tenham uma experiência tão boa quanto foi a minha, por aqui. Amanhã voltamos a Cusco. Mais dois dias para amar o Peru. Podem vir!

sábado, 9 de julho de 2011

Dia 6 - Urubamba

Hoje deixamos a cidade de Cusco pela manhã para fazermos a segunda parte do passeio de ontem. Começamos pelo Mercado de Coral, uma feira ao ar livre, em que se concentram artesãos de tecido, principalmente, motivo pelo qual se encontra peças de qualidade a preços bem baixos. Depois de algum tempo fazendo compras nos dirigimos ao Centro Arqueológico de Pizac, onde fizemos um passeio, mais uma vez muito interessante, em ruínas incas. Despues, digo, depois, fomos ao Mercado de Pizac, que por sua vez concentra muitos vendedores de jóias, e onde se pode encontrar peças em prata e ouro por preços ótimos.
Por volta de 13h fomos almoçar em um restaurante que, salvo engano, se chamava Tunupa, na província de Urubamba. Depois do almoço fomos visitar o Vale Sagrado de Los Incas, passeamos por Ollantaytambo, outro resquício arqueológico dos incas. Cada passeio faz a minha admiração por esse povo aumentar ainda mais. Hoje aprendemos com nossa guia as técnicas que esse povo utilizava em suas construções em cima das montanhas, como por exemplo, como transportavam por distâncias enormes, neste caso, cerca de 6Km, peças inteiras de pedra, de 50 toneladas, até o topo das montanhas, onde construiam seus templos. Imaginem isso! Sem maquinário, e sem usar animais, porque para eles era importante que eles mesmos fizessem isso, representava sua devoção. E eu cansei subindo uns 300 degraus carregando nada alem da roupa do corpo e uma garrafa d'agua. Vergonha! E chegamos ao hotel no fim da tarde, estamos no Sonesta Posada Del Inca, no Vale Sagrado.
Chicos, a esta altura da viagem o espanhol ja esta automático, como podem perceber. Às vezes me acho agradecendo meus pais ou minha irmã com nada menos que um "gracias", hahaha. E o organismo já está acostumado com a altitude, 'estamos climatizados', como se diz por aqui, entao ninguém mais passou mal. Passar mal agora so se for por excesso de Pisco Sour! Hahahaha, mas nós apreciamos com moderação. (:

P.S.: Espero que a internet no próximo hotel seja melhor que neste, porque está difícil! Por isso, aliás, que economizei no post hoje.

Besos e até amanhã.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dia 5 - Cusco

Hoje chegamos a Cusco, num voo muito chato, diga-se de passagem. Cusco é muito perto de Arequipa, 40 min. de avião e ainda fizemos uma parada em uma outra cidade, de modo que o trecho ficou picado em dois trechos de 20 minutos, decolamos, preparamos para pousar, pousamos, preparamos para decolar, decolamos, preparamos para pousar e ai pousamos, no Alasca. Aqui está um inferno gelado. Eu sou muito friorenta, verdade, mas tendo em vista que hoje a mínima prevista é de -3° C, acho que não estou exagerando.
Eu estava meio mau humorada hoje e com dor de cabeça, de modo que não aproveitei muito a manhã. Acho que era cansaço mesmo, porque a rotina da viagem está bem puxada, mas acabou que meu humor melhorou depois do almoço e eu consegui curtir bastante a programação.
Depois do almoço nos buscaram no hotel para fazer um city tour e visitar alguns pontos turisticos incas. Primeiro fomos à Catedral de Cusco, que é enorme e belíssima, tem várias particularidades interessantes e conta uma parte muito importante da história cusqueña, pois retrata os fatores religiosos da colonização espanhola, é realmente interessante e deve ser feito com atenção e um bom guia. Depois de visitar uma igreja católica, nada mais justo do que conhecer a religião que havia antes da conquista espanhola, então fomos visitar o Templo do Sol, chamado na lingua inca (Quechua) por Qorikancha. O templo retrata diversos fatores sobre a arte inca de construir, além de informar muito sobre suas atividades, crenças e rituais. Essas duas atrações ficavam na cidade, e depois de conhcê-las, fomos às montanhas em torno da cidade visitar algumas ruinas incas.
A primeira parada depois de subirmos as montanhas foi Sacsayhuaman, que é uma fortaleza, contituida de muros em forma de raio, que serviam como ponto de celebração, onde se faziam rituais para louvar os deuses da crença inca. É um lugar espetacular, como todos os outros. É impressionante ver de perto o que esse povo conseguia fazer impulsionados por sua fé inabalável. Depois fomos a Tambomachay, uma outra herança inca. A história dessa ruina é um mistério, pois foram contruídas três saídas de água, como fontes, na montanha, mas não há nenhuma nascente a vista na montanha, de modo que não se sabe até hoje como eles acharam essa fonte de água que tem o fluxo contínuo sempre, não se alterando nem pelas chuvas, nem pela seca. O que se acredita é que os incas encontraram uma nascente escondida, a tamparam para que ninguém mais pudesse encontrar essa fonte e então contruiram em volta e de modo que aquilo não pudesse ser alterado. Inacreditável a inteligência desse povo e uma delícia visitar essas ruínas. por último, fomos ao Qenko, um monumento de adoração andino, construido para honrar a trindade andina (o puma, o condor e a serpente) e que é uma contrução genial também, pois eles lapidaram uma pedra enorme, de forma que uma vez ao ano, em 21 de julho, no soltício de inverno essa pedra seja banhada pelo sol de tal maneira e com um angulo perfeitamente calculado, para que se forme a sombra de um puma atrás da pedra, além disso, eles talharam em pedra uma câmara que usavam para rituais secretos, principalmente sacríficios animais (de llamas). É incível, fico pensando em o que nos espera em Machu Picchu.
Depois dessa maravilhosa tarde, fomos dar uma volta na praça principal de Cusco, que é a Praça de Las Armas, onde compramos algumas lembranças e comemos no Mac Donalds, sim, porque não queríamos comer nada pesado, hahaha. Depois disso o frio apertou mais ainda, então demos só mais uma volta e retornamos ao hotel.
Por hoje é isso, pessoal! Continuo aguardando ansiosamente os próximos dias, para conhecer tudo o mais que o Peru pode oferecer!
Beijos, boa noite!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dia 4 - Vale do Colca/Arequipa

Hoje infelizmente nos despedimos do Colca-PERFEITO-Lodge para terminarmos o passeio no Vale e retornamos a Arequipa no fim da tarde. A programação de hoje foi bem tranquila, saimos do hotel cedo e seguimos para o Colca Cânion, fazendo algumas paradas durante o caminho para admirar a paisagem. Hoje tivemos uma verdadeira aula sobre tradições incas, colonias e as atuais dos arequipeños que moram no Colca Vale, foi muito interessante, essa é mais uma das vantagens de fazer passeios com guias turísticos, se aprende muito! Que a cultura do peru é riquissíma, todo mundo sabe, mas de pertinho assim, vendo tudo o que se ouve comentar e podendo perceber realmente sobre o que as observações da guia se tratam, fica ainda mais rico!
O nosso destino, como já disse era o cânion. Depois de muita história, muitas curisosidades e algumas paradas estratégicas para curtir o visual de cima das montanhas, chegamos ao ponto em que tem o mirante do cânion, chamado Cruz de Los Condores; "Cruz" porque devido à colonização espanhola e a consequente cristianização do povo peruano, tem uma cruz no ponto mais alto do mirante e "de los condores", porque tem condores lá, hehehe. A vista do cânion desse mirante é SENSACIONAL, são 1200 metros de profundidade em relação ao mirante, que fica a 3700 metros de altitude em relação ao nível do mar. Com sorte e se o horário e o clima estiverem ideais, pode-se, ainda, ver condores, muitos, que voam muito perto do mirante e são realmente um show a parte. Os condores são aves enormes, alguns chegam a 3 metros de envergadura das asas, entretanto o mais comum é que tenham cerca de 2 metros, são uma das maiores aves dos Andes.
No mirante conseguimos tomar um pouco de sol, o que deu uma super aliviada no frio dos últimos 3 dias e também conseguimos achar frutas para comprar, o que foi ótimo. O saldo de hoje foi positivíssimo, comemos bananas*, tomamos sol, treinei o meu inglês mais um pouco, com o pessoal do nosso grupo, principalemte os canadenses, com quem passei um bom tempo conversando e descansamos um pouco.
*Essa questão das frutas, deixe-me explicar melhor. Quando fechamos a viagem fomos advertidos que é muito comum brasileiros e outros turistas também ficarem doentes por causa da água, das frutas e das verduras não cozidas aqui no Peru. Não é nada muito grave, nenhum vírus super contagioso, nem nenhuma super bactéria, mas acontece que as bactérias comuns aqui do Peru, aquelas que se instalam na flora intestinal e etc., aqui são muito diferentes, de modo que os turistas não estão acostumados e acabam ficando com mal estar generalizado, se é que me entedem. Como não queremos arriscar ter que interromper nossa viagem com muitas idas ao banheiro, resolvemos tomar a advertência bem a sério e estamos evitando comer tudo o que não passa por processo de cozimento, estamos tomando água só engarrafada e frutas que se consome com casca estão terminantemente proibidas. por isso achar bananas hoje foi tão agradável: a primeira fruta que comi em 4 dias. Pois é, mas antes isso do que ficar mal. Hoje estávamos perto de um outro grupo e a guia deles comentou em alto e bom som que alguns alemães do grupo estavam passando mal por causa da água, péssimo, né?! Não queremos que ocorra conosco.
Saindo do cânion voltamos a Chivay, onde almoçamos em um restaurante similar ao de ontem, também muito gostoso e que também esqueci de anotar o nome e depois retornamos a Arequipa. Agora estamos no Hotel Libertador, onde jantamos e iremos ao bar daqui a pouco, tomar um Pisco Sour. Um dia tranquilo, para que descansemos um pouco. Afinal, amanhã já decolamos novamente, desta vez para Cuzco, onde vários outro passeio nos esperam. Vou lá tomar meu drink, até amanhã!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dia 3 - Vale do Colca

Hoje o dia foi super tenso, mas tambèm ótimo. Sei que digo isso todo dia, de um quesito ou outro, mas é que toda hora alguma coisa me impressiona. Bom, hoje o dia começou cedo, fizemos um passeio em grupo até Colca, onde estamos agora e onde passaremos a noite, para fazermos um outro trecho do passeio amanhã. Foi a 1ª vez que estivemos em um grupo desde o comço da viagem e foi maravilhoso. O grupo é super diversificado e a nossa guia é ótima, além do motorista da van, que também é super prestativo. O nosso grupo tem peruanos, uma familia de espanhóis, um casal de canadenses, um casal alemão e outro dinamarquês e nós, é claro.
O passeio hoje durou cerca de 7 horas e meia ao todo. Saimos do hotel de Arequipa às 8h15 e chegamos ao novo hotel, em Colca às 15h e alguma coisa. Colca fica a aproximadamente 175 Km de Arequipa, em um caminho de muuuuuitas subidas. É um ótimo passeio para tirar fotos, as paisagens são deslumbrantes. Hoje, como comentei ontem, saímos dos 2300 metros de altitude de Arequipa e alcançamos 4910 metros, no pont mais alto do trajeto. E, como previ ontem, tudo o que não sofri com a altitude de Arequipa, sofri hoje. Senti-me realmente mal, chegando inclusive a achar que ia desmaiar, em mais de um momento. A subida não é brusca, fizemos várias paradas para irmos nos acostumando, mas meu organismo não correspondeu muito rapidamente. Durante a subida ao ponto de 4910 metros de altitude, chamado Mirante de Los Andes, foi realmente difícil, para mim, ficar em pé, motivo pelo qual tirei pouquíssimas fotos, mal conseguia ficar sentada, passei a maior parte do tempo recostada, sorte que o banco da van era reclinável! Só melhorei quando começamos a descer, pois embora o caminho tenha muitos pontos altos, Colca fica um pouco mais abaixo, por volta dos 3000 metros de altitude. Eu não fui a única a passar mal, no grupo de umas 15 pessoas, umas 6 ficaram indispostas, o que me reconforta, porque quer dizer que não sou fresca, hahaha o trajeto é que é complicado mesmo.
Embora eu tenha passado bastante mal, isso não é uma sentença, depende do metabolismo de cada um, até porque existem alguns modos de ajudarmos nosso organismo a se acostumar com o ar rarefeito. O principal modo de fazer isso é com a folha de Coca, que aqui é muito importante e muito usada. Entre outras propriedades que possui, a folha de Coca promove o aumento da circulação sanguínea e incentiva a produção de glóbulos brancos. A folha de Coca não deve ser ingerida, então é consumida através de chás, caramelos e sendo mastigada (como o tabaco), dessa última forma o gosto fica extremamente desagradável (não que eu tenha experimentado, mas talvez se tivesse não teria passado tão mal, pois desse modo ela é absorvida mais rapidamente), então as balinhas e o chá são ótimas opções, eu experimentei amabas, e estão aprovadas. (: Outra dica é carregar consigo um pouco de álcool e algodão  ou agase e quando se sentir enjoado ou tonto passar um pouco na testa, temporas, atrás das orelhas e inalar profundamente, parece estranho, mas emboa eu não saiba explicar porque, me ajudou muito e de forma rápida. Eu tive a sorte de estar com uma guia, que me ensinou o truque, mas para aqueles que viajam sozinhos é uma dica valiosa, pode salvar o passeio.
Voltemos às observações sobre a excursão. Enquanto subiamos tivemos uma visão mais próxima dos vulcões que citei ontem e inclusive as estradas deram uma volta (por baixo) nos vulcões Misti e Chachani. Além das formações vulcânicas e das montanhas, podemos observar muitos rebanhos de Llamas, Vincuñas, Alpacas e ovelhas. Durante as subidas passamos por muitas formações gelosas e lagos congelados (imaginem o friiiio!), ah, eu vi neve pela primeira vez *-*. Depois de descermos chegamos a Chivay, o lugar onde fica Colca e almoçamos em um restaurante bastante simples, mas com uma comida deliciosa, um self-service de comidas típicas peruanas, que infelizmente não lembro  nome, porque cheguei lá passando bem mal e não tomei nota e na saída esqueci também de reparar o nome. Depois do almoço deixamos todos do grupo em seus hotéis e só ai viemos ao nosso, que era o mais distante, por isso fomos os últimos. Ok, preciso de um parágrafo só para falar do hotel e juro que termino.
O nosso hotel é MA-RA-VI-LHO-SO e eu simplesmente não acredito que retornaremos para Arequipa amanhã, queria ficar aqui pelo menos uns 4 dias para curtir tudo que o Colca Logde tem para oferecer. Eu não sei como explicar o que tem aqui, então podem ter uma ideia pelo site do hotel, clicando no link. Eu sei que geralmente site de estabelecimentos exageram e as fotos acabam sendo um pouco mais generosas do que a realidade, mas o site desse hotel jamais poderia passar sequer um quinto do encantamento que é isso aqui. É sério, estamos no paraíso Arequipeño. RECOMENDO MUITO!
Por hoje é isso, mañana voy a escribir a ustedes de nuevo. Besos!

Dia 2 - Arequipa

Arequipa é a segunda cidade mais industrializada, tendo como principais atividades a mineração, a produção agrícola e a prestação de serviços, respectivamente. É também a segunda cidade mais populosa do Peru, com 836.859 habitantes. Arequipa está a 2.335 metros de altitude em relação ao nível do mar, o que pode dificultar um pouco a respiração. Eu particularmente, não fui muito afetada pelo ar rarefeito, acho que é mais provável que sinta alguma coisa amanhã, pois quase dobraremos de altitude. As temperaturas aqui variam entre 18° e 23° C durante o dia e 8° a 12° durante a noite. Basicamente a diferença é se você está ou não no sol, porque o vento é gelado, então uma blusa de manga cumprida resolve desde que você esteja no sol (porque ai dá para dar uma enganada no frio), entretanto, entrou na sombra o frio se instaura até entre os fios de cabelo (não é exagero, fica frio meeesmo).
Fatos a parte, as minhas impressões sobre a cidade: Aqui só se veem taxis no trânsito, e diga-se de passagem o serviço é baratíssimo para nós, Brasileiros que estamos acostumados a pagar uma fortuna. Para terem ideia, do centro histórico da cidade até o hotel em que estamos, pagamos S/.5,00 (soles), o equivalente a  mais ou menos R$ 3,00, uma micharia, né? Mudando de assunto, as ruas aqui de Arequipa me lembraram MUITO a estrutura rodoviária de BH (MG), quem conhece BH vai saber do que eu falo, porque andar de carro lá é um pesadelo, os retornos são eternamente longes, as ruas são cercadas por comercio de todos os lados possíveis e na maioria das vezes entre as duas mãos há um canteiro. Pois é, aqui é meio assim também, mas só no centro, o resto da cidade é bem simples e não lembra nada a polvorosa capital mineira. ok, tendo feito essas observaciones, digo observações, vamos aos comentários dos passeios de hoje.
Hoje fomos a dois mirantes: Mirador Carmen Alto e Mirante de Yanahuara. No primeiro a vista é linda: o vale do Rio Chili, o nome do rio significa frio e é uma palavra inca. No Vale além do rio, existem plantações de hortaliças, principalmente folhas, como a alfafa e, ainda, três vulcões: Chachani, Misti e PichuPichu. O terreno é recortado do modo tradicionalmente feito pelos incas, em terraços. No segundo mirante, nomeado como o destrito em que se encontra, a paisagem é bonita também, mas o deslumbramento fica por conta da Paroquia San Juan Bautista, que tem uma fachada memorável.
Depois dos mirantes, fomos ao Claustros de la Campañia, um complexo turístico-comercial bastante interessante. Lá também tem uma igreja no melhor estilo Barroco-Andino, como a de Yanahuara. Nessas duas igrejas o sincretismo religioso arequipeño fica mais do que evidente, elementos cristãos e andinos dividem toda a fachada e colunas de ambas as igrejas, em perfeita sincronia. Uma outra curiosidade sobre as igrejas é que elas, como muitas outras construções na cidade, são feitas com pedras sillar que são produto da calcificação do magma dos vulcões que cercam a cidade (como os que citei no trecho sobre os mirantes).
O último passeio do dia foi pelo Centro Histórico de Arequipa, que é composto por construções enormes, além de uma praça. Ali visitamos o Monastério de Santa Catalina,um dos pontos turísticos principais da cidade e que é um passeio indescritível, por enquanto o meu favorito. Depois jantamos em um ótimo restaurante, chamado Chicha, que é o nome de uma bebida andina pré-colonial, (inca, portanto) fermentada, mas que tem o teor alcóolico muito baixo, não chega a 1 grau. Depois voltamos para o hotel para descansarmos e escrever aqui, hahaha. Vou dormir, amanhã temos que acordar muito cedo. Mais um dia super agradável no Peru. E que venham os próximos! Falo com vocês amanhã! Beeeijos!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dia 1 - Lima

O trecho de avião não foi tão ruim quanto eu imaginei que seria. A tática de dormir tarde ontem para dormir hoje durante o voo deu certo, apaguei durante a maior parte da viagem. A chegada foi excelente, fomos muito bem recebidos por Genaro, guia peruano, apesar do nome de italiano, gente finíssima que ficou incubido de nos trazer até o hotel.
No caminho até o Casa Andina Private Collection, nosso Hotel (e que excelente hotel, diga-se de passagem), que fica no Destrito de Miraflores, reparei um pouco no trânsito, nas pessoas e na paisagem. O trânsito é caótico, como na maioria dos lugares e ao contrário de Brasília, o que mais se ouve nas ruas são as buzinas. O povo é respeitoso, atencioso e gentil, todos a quem me dirigi desde a imigração, fizeram o possível para entender o meu portunhol ou para falar um pouquinho que fosse de inglês para se fazer compreender, e eu pude reparar o seu esforço. A paisagem por sua vez é bastante manipulada, verdade, mas lindíssima. Manipulada, digo, porque a principal imagem que vem à minha cabeça é a da beira do mar pacífico, em que foi feito um enorme aterro e onde recortaram dezenas de montanhas para alinharem com o mar. Embora eu seja particularmente contra esses procedimentos (embora também entenda sua necessidade ocasionalmente) devo admitir que o resultado foi satisfatório e que o visual ficou ótimo.  
Bom, não vou entrar em muitos detalhes sobre a cidade, pois, mais ao fim da viagem, nos últimos dias, salvo engano, voltarei com mais tempo a Lima e farei alguns passeios turísticos, o que me dará oportunidade para falar mais sobre a cidade mesmo. E, quem sabe, até lá me acostumo com o teclado daqui, que é todo diferente, dai me disponho a escrever um texto mais completinho.
Vou, então falar brevemente sobre o meu dia. Depois de um passeio rápido por algumas avenidas da cidade com Genaro, para aprendermos a nos localizar, viemos para o hotel: só para deixarmos as malas e logo em seguida sair de novo. Resolvemos não nos arriscar e nos limitamos a conhecer o comércio próximo ao hotel, o que nos rendeu algumas horas de caminhada e uma pausa para um lanche. O local escolhido para um lanche que substituiu nosso almoço, foi o Café de La Paz. O estabelecimento é um charme, tem um estilo romântico-vintage super aconchegante e o cardápio também é um mimo. Fica a dica para um café, lanches e até uma sopinha para enganar o frio. Nós conferimos alguns sanduíches e sopas e foram todos aprovadíssimos. O serviço é regular, o atendimento demorou um pouco e a casa não estava suficientemente cheia para justificar a demora, mas para quem está de visita e sem pressa nenhuma, vale a pena esperar um pouco e experiementar os pratos da casa. Há também opções tentadoras de refeições. Enfim, podem confrir tudo no site do Café. Ah, tenho uma última observação sobre as aventuras de hoje: apesar de não beber refrigerante, me aventurei a tomar INCA KOLA e preciso dizer: não sei o que eu bebi até agora. Inca Kola para quem não está familiarizado, é um refrigerante peruano que tem cor de nitroglicerina, tipo... Listerine e que tem gosto de mistério. Minha mãe achou que tinha gosto de chiclete, meu pai achou que não tinha gosto de nada conhecido, é Inca Kola e pronto, minha irmã não fez comentários memoráveis, mas não terminou a garrafa que pediu da iguaria (sim, porque ela foi a cobaia, todo mundo experimentou do copo dela)e eu acho que nunca comi ou tomei nada que tenha um gosto sequer parecido, mas de qualquer forma, era um gosto bem artificial, de corante ou alguma coisa similar. Quem já tomou e quiser ajudar a desvendar o mistério sinta-se a vontade.
Pois é, galera, vou descer para o bar do hotel e comer alguma coisinha antes de dormir. Hoje preciso dormir cedo porque estou cansada e amanhã a programação forte começa: amanhã decolamos daqui de Lima para Arequipa. Tento escrever de lá para contar as novidades a vocês.
Beeeeeijos!