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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estamos bem.

"Como está, perguntará ele, cansada mas bem, responderei eu, e estas palavras também as andamos a dizer constantemente, não me admira nada que ao passar-nos deste mundo para outro ainda consigamos arranjar forças para responder a alguém que se tivesse saido com a imbecil ideia de nos perguntar como nos sentimos; A morrer, mas bem, é o que diremos."

Trecho de A CAVERNA, por José Saramago.

Genial, não? Não bastasse ser verdade, é uma verdade universal: todo mundo com mais de 12 anos já respondeu isso pelo menos uma vez na vida.
É que antes do 12, mesmo quando nos cansamos, fingimos que não. Cansaço da infância é sinal de fraqueza, hahaha! Que saudade dessa época. Só se cansa de ficar parado, aí sim.
Depois os 12 a escola começa ficar chatinha, dever de casa não é mais decorar a tabuada do cinco, nem fazer duas folhas do caderno de caligrafia; prova deixa de ser sinônimo de ditado de frases desconexas; "ajudar em casa" deixa de ser só guardar seus brinquedos no armário ao final do dia; o dia deixa de ser preenchido pela escola e a natação, surgem as aulas de línguas, um ou outro esporte mais puxadinho, respondabilidades.
Daí pra frente só piora. No ensino médio as férias são a meta. O que você faz entre uma e outra, define tão somente o quanto você vai demorar para chegar às próximas. E na faculdade, esse trecho a ser percorrido, entre um período de férias e outro é tão massacrante que a gente se esquece até como soletra: F-É-R-I-A-S. A meta é manter-se de pé para o próximo dia. Na faculdade, cansaço faz parte do dia-a-dia: ao acordar se sente muito, durante a manhã quase se esquece dele, depois do almoço ele ressurge com força total e depois só dá sinal de ainda estar presente lá pelas tantas da noite, quando você se lembra que no dia seguinte acorda cedo novamente.
"Cansaço" depois de um tempo torna-se tão elementar na vida do universitário, que a gente, às vezes, até esquece dele. Vai tentando passar o tempo, suportá-lo por mais um dia. Tirando energia das perspectivas futuras, dos frutos pendentes, deixando a conta da falta de sono para ser compensada aos finais de semana, quando dá!  Mas o desapego da memória dura só até alguém nos perguntar como nos sentimos. É ou não é?!
"Estamos cansados, mas bem."
Estávamos.
Final de semestre: Férias, sejam bem vindas!

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