A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Lembrança

  
Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração.
William Shakespeare
Não me lembrava de como era difícil tudo isso. Mas também havia tempo que não sentia essa vontade louca de agarrar e não soltar mais, essa sensação de que a única coisa que poderia acalmar as "borboletas no estômago" eram aqueles braços, só aqueles. E os lábios.
Havia tempo que não sentia essa urgência, a vontade de sentar perto e ficar de mãos dadas, ainda que sem fazer mais nada. A segurança de estar no colo da pessoa que é a única com quem você gostaria de estar.
E aquele ódio que dura alguns segundos e de repente se tranforma em culpa, uma ira que vem só para constar, só para avisar e para mostrar que você se importa e não te deixar esquecer nem nessas horas. Aquela vontade de jogar tudo pro alto, que dura só até a próxima ligação ou até o próximo toque de SMS recebida no celular, naquelas horas que a gente não precisa nem ler a mensagem para saber do que ela fala.
Tinha me esquecido de como é delicioso descobrir as manias, os desejos, os sonhos, as projeções, os interesses e as coisinhas que irritam. Mas principalmente não me lembrava de como é bom ter alguém me perguntando o que eu fiz durante o dia, ligando para dar boa noite e me ajudando a desfazer as coisas que me limitam.
O que dá trabalho a gente lembra logo, lembra fácil... de como é difícil ter que se preocupar com as atividades de uma outra pessoa, ou de como é difícil não se preocupar quando seria bem mais fácil simplesmente não ligar... A gente lembra como é chato ter que dar satisfação, ainda que seja mínima, e reaprende a nos programar, só para encaixar as possibilidades de encontro, passa a ter que levar em conta horários que não são nossos, compromissos que não são nossos, impedimentos que não são nossos. E além de tudo isso, os sentimentos que não são nossos, as vontades que não compartilhamos, as idéias a que nos opomos e os ideais.
Não me lembrava de como era difícil ter que me forçar a aceitar, dizer que tudo bem, mecher os palitinhos lá de dentro para não demonstrar o descontento. Ter que respirar fundo, fechar os olhos e contar até dez, apertar alguma coisa para não soltar a mão, ter que pensar e repensar, avaliar e reavaliar, refletir, rir, chorar e deixar passar.
Não me lembrava, e olha que não faz tanto tempo, de como é bom ouvir a voz, o pedido de desculpas, o sorriso, as loucuras. De como é bom reconhecer na fala, nos modos, no jeito, no tom da voz, no toque, a paixão, a preocupação, a consideração, o afeto, o pesar, o medo. De como é bom sentir na pele uma outra pele que diz de um tudo, sem usar palavras.
Acho que a gente esquece dessas coisas só porque é muito bom redescobrí-las, reinventar, é muito muito bom lembrar.
Como é bom me lembrar de como é bom se apaixonar.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Da arte de tomar decisões erradas

Ainda que não seja sua culpa, nem responsabilidade, ainda que tenha sido contra sua vontade. Afinal quantas vezes você toma decisões impulsionada por um momento ou porque as pessoas esperam aquilo de você, ahn? Não estou falando de ser influenciável como um fantoche, estou falando de ceder, às vezes, àquela pressãozinha social que todo mundo já sofreu, sem excessões. Estou falando de ter certeza de que alguma coisa é a melhor em um momento e ter certeza absoluta de que não foi, quinze minutos depois. Estou falando de pensar rápido e depois se arrepender, de querer depois de aceitar ou recusar, ter tempo para pensar e pensar que devia ter pedido um tempo.
Antes de qualquer outra coisa, estou falando daquela necessidade de tentar desfazer, ou de arranjar um jeito para refazer e deixar certinho. Estou falanto daquelas vezes em que você deita a cabeça no travesseiro e não consegue mudar o rumo dos pensamentos até achar uma solução para tudo, ou pelos menos achar uma possibilidade de solução futura e tentável, que te deixe mais tranquilo ou pelo menos tranquilo suficiente para tentar se concentrar em outra coisa, ainda que seja só em dormir.
É esse sentimento chato de não saber o que poderia ter sido feito no lugar do que você fez, mas ainda assim saber que não escolheu a melhor opção. É não saber o que fazer porque parece que passou do tempo, que já é tarde para voltar atrás. Mas pode ser que não seja.  Sei lá, vamos ver no que dá, né? A gente não acerta todas. E já dizia o mestre José Saramago:
"O que tiver de ser será, o diabo não há de estar sempre atrás da porta".
Bom final de semana, galera (;