A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Aquarianos são assim mesmo...

Eu, particularmente não me encaixo em várias das características típicas do signo. Eu não sou tecnologicamente avançada, apesar de adorar essas coisas novas que aparecem, nunca sou a primeira a saber o que rola, o que quer dizer que eu raramente sei do que está acontecendo antes que seja o único assunto na mídia. Enfim, eu não tenho nada de intelectual. Além disso, aquariano tem fama ser "à frente de seu tempo", mas eu não sei não, às vezes acho que eu estou é atrasada. Talvez o meu momento ideal tenha sido umas décadas atrás.
Fora isso, eu me encaixo no resto das descrições do signo: "Para quem é de Aquário, liberdade é uma conquista diária. São totalmente dedicados em alcançar a sua independência, e nem sempre tem tempo de dedicar sua vida aos seus parceiros. Aquarianos têm uma força de convicção e da verdade muito forte e são tão honestos que sabem mudar de opinião se aparecem provas que mostram o contrário do que pensavam antes. Os aquarianos são capazes de ver os dois lados de um argumento, o que os fazem um dos signos mais tolerantes e sem preconceitos de todo o zodíaco. Estão abertos à verdade e dispostos a aprender de todos." E essa é só uma das várias coerências.

 "De qualquer forma (e em última instância), você acabará fazendo o que lhe dá na telha. Por isso, não é imprescindível envolver-se em discussões tentando explicar suas razões, porque, no fundo, não há nada para explicar." Esse trecho é do Horóscopo da Revista do Correio de 29/05, Signo de Aquário; e foi ele que me motivou a escrever o post de hoje.

Eu sou assim mesmo. Sou decidida e tanto, que às vezes sem perceber, tomo minhas decisões e ainda que não perceba, vou convergindo à ela, não importa o quanto eu tente me desviar. Constantemente me vejo na situação de uma parte de mim ter certeza do desfecho do que quer que seja, enquanto a outra tenta modificá-lo. Acontece que a minha parte racional reluta, mas impreterivelmente quem prevalsce é o meu lado emocional e burro. Burro não, es-tú-pi-do. Mas fazer o que?! É assim, sempre foi, continua sendo. Nem sempre aquilo que é óbvio para os outros me parece o mais correto, ainda que seja. Oras, falo aqui dos meus sentimentos como se fossem equações, nulas. E é assim mesmo, no final, sempre tenho que começar de novo, do zero. É como se eu anulasse tudo o que eu fiz, com uma só decisão errada, mas que nem é tão errada assim... só não é a mais certa para as pessoas normais, mas é para mim. Será que isso é tão errado quanto soa?

Eu vou deixar o post assim sem final mesmo, porque eu estou meio bagunçada por dentro, e isso tá ficando mais explícito do que deveria aqui no blog. Então é isso ai. Deixa para lá essa bobagem toda... e isso inclui o último post também.
Boa noite, Galera!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Renata III

Renata sempre foi quietinha, não era uma criança que dava muito trabalho, não subia nas coisas nem se pendurava, pelo menos não o tempo todo, e também não fazia birra. Não era nenhuma santa, adorava escalar árvores, nadar, correr e se esconder, mas sabia a hora certa para tudo isso. Às vezes penso que talvez por isso tenha se tornado uma menina tão.... assim.
Ela gostava de se arrumar, escolhia suas roupas desde cedo, adorava arquinhos, faixas, tic-tacs, penteadinhos e batom. Renata era uma dondoca miniatura. Também sempre adorou pendurucalhos, brincos, pulseiras, anéis incontáveis e colares, de todas as cores. Amava suas bonecas como filhas, seus cachorros como cachorros, mas dos mais amados possível e os amigos como ainda os ama hoje. Renata ficava bem de vestidinhos, meias fofinhas e sapatos de verniz, shortinhos e tudo o mais que fosse fresquinho. Mas sabe como ela ficava bem mesmo? Sendo notada. Renata adorava ser percebida, isso não sucedeu, Renata acabou se tornando uma menina que chama menos atenção para si do que muitas outras, mas que tem uma fagulha e pra ela isso é suficiente.
Renata sempre foi contra usar as pessoas para alcançar seus objeitvos, sempre gostou de ajudar e de fazer sua parte, nem que fosse tentando. Ela não tem nenhum dom superespecial além de ser boa ouvinte, falante e chorona. Renata chora muito desde sempre, até hoje e deve chorar ainda por muito tempo, porque é uma menina sensível e vai continuar sendo menina e sensível o resto da vida.
Renata teve seus momentos de ira, ainda tem. Teve um ontem, hoje e provavelmente vai ter amanhã. Mas acima de tudo, Renata tem seus momentos de paixão. De paixão por ela, pelos outros, por momentos e por seus planos. Renata tem um carinho e zelo com seus planos, que tem gente que não acredita, mas ela confia, então nem precisa que mais ninguém sonhe com ela, não que não tenha ninguém. Renata tem tanta gente boa em sua vida que as vezes se sente culpada por monopolizar tanta gentileza em seus relacionamentos.
Renata é tão complexa quanto esse texto, que flui de um assunto para outro sem nada mais para separá-los além de um ponto, porque Renata  já não gosta muito de pontos, quanto mais de parágrafos. Renata foi sempre uma menina meio conservadora, ainda que goste muito de mudar. Mas é que ela gosta de mudar nas coisas simples, que se restauram: o cabelo, o estilo... Mas nunca gostou muito de mudanças drásticas, nem das que não podem ser restauradas, porque tinha receio e ainda tem, às vezes, de preferir o antes e não querer nunca ter mudado... e Renata odeia se arrepender, por isso que conserva tanto. Ela também não gosta que mudem as coisas de lugar, porque essa mudança é chata, porque a gente acostuma com as coisas em um lugar e depois não sabe onde colocaram. Renata também odeia esperar, não porque não tenha paciência, mas porque odeia perder tempo e geralmente quando se espera não se está prevenido para isso, então se perde tempo. Mas se ela estiver prevenida, se tiver um livro, ai tudo bem, Renata não se importa de esperar quando tem alguma coisa para fazer, porque ai não perde tempo e porque adora ler.
Renata, tem uma infinidade de faces diversas, mas nunca contraditórias, apenas que se completam, e que não são faces como máscaras, mas como estados de espírito, porque se pode vestir mais de uma ao mesmo tempo. Renata sente tantas coisas diferentes ao mesmo tempo de vez em quando, que tem hora que ri e chora, de verdade, da forma mais sincera de cada uma das ações e bem por isso nem ela sabe o que sente.
Renata é uma bagunça, porque ela mesma não se entende, fala e não sabe porque, chora e não sabe porque, ri e acha que é por causa de tudo. Renata na verdade não entende nada de tudo que sente e sabe que ainda que entendesse tudo, não seria nada, porque tem coisas que são para entender e outras que são para sentir e não se pode entender completamente e sempre, as coisas que se sente.
Renata apesar de tudo isso, de toda essa complexidade bagunçada, é menina simples, tão simples que faz essa infinidade de ser Renata caber toda dentro de mim. Queria saber como Renata faz isso, mas Renata acha que isso é uma coisa que eu devo sentir e sinto e não entender, como não entendo. Acho que tudo bem, então... Vou deixar Renata sendo Renata.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Das diversas trilhas sonoras dessas nossas vidas.

Cada um tem a sua, alguns mais clássicos, outros nem tanto. Alguns bem mais pop, outros bem mais rock, funk, punk. Um bom samba, MPB ou chorinho, axé e até um rebolation, porque não?
O melhor da trilha sonora é que ela flui com os nossos sentimentos, com o nosso humor e com o nosso corpo. Trilha sonora muda mais que o tempo em brasília, é tão inconstante e mesmo assim tão perfeitamente esperável, que emociona. Por exemplo, eu não imagino ninguém ouvindo axé num momento triste, nem Chopin num momento muuuuuito feliz. É assim né, apesar de que com certeza tem alguém que faz isso que eu falei, porque tem gente pra tudo!
Mas o melhor das trilhas sonoras é que muitas vezes uns momentos valem à pena só por causa delas. Por exemplo, eu estou aqui, cheia de sono, pescando forte, mas a trilha sonora desse fim de noite de domingo está me mantendo acordada, ainda que seja por só mais um pouco de tempo, porque eu estou aqui ouvindo Caetano Veloso e Maria Gadú, depois de um dia inteiro ouvindo samba. Não que eu tenha cansado de samba, minha alma, meus pais e quem mais me conheça um pouco melhor, sabem que eu não canso de samba nem por um minuto, mas como é bom ouvir uma música bonita, bem cantada, maravilhosamente tocada e bem calminha num final de fim de semana, assim, como agora. Faz valer o dobro, cada minuto dos últimos dois dias.
Agora pensando pra frente, vou tocar lá na minha trilha sonora da quarta feira dessa semana, que vai ser minha paixão musical, Jack Jonhson, ao vivo, bem perto, perfeito e lindamente calmo. É incrível o prazer que é ouvir boa música. Lava a alma, sacode o espírito e energiza o corpo. Música é tudo de bom, né, não?
Trilha sonora é isso ai, faz os momentos emocionantes parecerem uma curva em alta velocidade, os momentos tristes parecerem o pior dia de nossas vidas, ainda que no próximo momento toque uma música que te lembra do melhor dia da sua vida. As músicas intensificam cada um dos nossos momentos, sejam eles quais forem; nos ajudam a guardar lembranças, pessoas e cada momento com aquelas pessoas. Porque música é a expressão do que quer que se sinta.
Adoro música, muito mesmo. E adoro escrever aqui, adoro mesmo, mas agora eu adoro mais ainda a minha cama, e tendo em vista que o show do Caetano e da Gadú acabou, vou escovar meus dentes e vou pra cama ao som de nada mais e nada menos que meus pensamentos, que no final das contas, são trilha sonora para tudo, ainda que não seja música.... bom, pelo menos, não o tempo todo.
Hahaha boa noite, galera!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A primeira vez que ele disse "eu te amo".

A primeira vez que ele disse que me amava nós estávamos em um farol. Tudo em que conseguia me concentrar era o som do mar; toda aquela água e tanta força que não dá pra entender de onde vem, parecia que as pedras não iam suportar, mas suportavam.
Quase não tinha vento, só uma brisa gostosa vindo diagonalmente em nossa direção. Nos pés, a areia fofa e ainda aquecida pelos últimos raios de sol ajudavam a tornar aquele lugar um cenário perfeito para estar com quem se gosta.
Fim de tarde - já um anoitecer - eu quase não podia sentir meu coração batendo, de tão calmo. A respiração dele aos poucos foi ditando o ritmo da minha e nós éramos um, ainda que em dois corpos.
Faltavam poucos minutos para ascender a luz do farol e num acordo mudo, apesar do cansaço de um dia de turismo, decidimos esperar.
Uma gaiovota piou ao longe, me tirou da minha meditação, quase um transe. Acho que devia ter esperado por isso, mas quando ela piou de novo estava bem acima de nós, e foi um pio tão alto, que me assustou. Eu, inconscientemente, me atirei aos braços dele. Ele esticou seus braços e me envolveu em um abraço seguro, forte. Olhou nos meus olhos, sorriu e voltou a encarar os reflexos avermelhados na água do mar. já estava quase escuro, o que havia de luminosidade eram poucos resquícios de uma tarde linda.
Mais uns três minutos se passaram naquele abraço que poderia ser infinito. Surgiu no alto a primeira estrela e em um décimo de segundo a luz do farol iluminou o longe. Mais uma luz se acendeu, à base do farol uma janela ficou clara e depois se apagou.
Nós dois olhamos, esperando algum movimento, nada. Era cada vez mais confortável saber que estávamos sozinhos. Ele olhou para mim e enquanto me virava para encará-lo, senti que seu peito vibrava, sua resperação arfava e numa movimentação tímida ele tentava conter um impulso. Eu já sabia o que esperar. Seus olhos castanho-amarelados penetraram os meus na mais sincera tentativa de buscar algum consentimento. Eu sorri levemente, num repuxar involuntário de meus lábios, fechei os olhos e deixei que se aproximasse. Sua mão escorregou dos meus ombros, deixando a pele que antes tocava receber a brisa noturna, me fazendo arrepiar. Sua mão continuou descendo até alcançar a altura da cintura, num aperto sempre firme, com o qual ele me envolveu. Nossos corpos se tocaram frente a frente, transmitindo um calor ansioso da pele dele para a minha. Ele se inclinou de vagar, com uma das mão me sustentando às costas e a outra passeando em meu rosto, até que me puxando, levemente, tocou meus lábios com os seus.
Eu nunca senti nada como aquilo. A pressão dos lábios dele nos meus tinha a intensidade perfeita, a umidade, o calor, o amor. Foi nessa noite que ele disse que me amava pela primeira vez. E ele nem precisou de palavras. Depois dessa, que foi também a primeira vez que ele me beijou, ele reproduziu milhares de vezes aquele arrepio na minha espinha. E toda vez era como se fosse a primeira, a certeza de que a melhor coisa do mundo era estar ali.
Ainda me pergunto, às vezes, se, no fundo, eu não sempre soube que era ele o homem que eu amava. Apesar dos 17 anos que esperamos, a final, acabei casando com o amante perfeito, meu melhor amigo, que foi por tanto tempo, só o cara com quem eu adorava dividir meus momentos, assistir o pôr-do-sol e contar tantos segredos. Dezessete anos. Tudo isso, porque o amor precisa de tempo e não de palavras.

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe

Mãe é tão complexo que é quase inacreditável caber em uma palavra tão pequena. É uma função tão extraordinariamente complexa que torna até as mulheres mais descomplicadas em mulheres loucas e descontroladas e tudo isso, porque de repente ser só mulher não é suficiente. Por isso, e os pais que me perdoem, homens nunca vão entender a dimensão da complexidade de ser mãe. É que para isso teriam que entender antes a complexidade de ser mulher. Podem dizer o que quiserem, que hoje a mulher já conquistou tanto que está equiparada socielmente ao homem etc, etc. Tudo bem. A gente não espera que vocês entendam. Ser mulher é muito mais do que está ao alcance da evolução social, das palavras e da mente de vocês.
Mãe é inexplicável, é incerto, impreciso, inintelígivel. Mãe é única, ainda que sejam milhões. E é uma pra cada filho, ainda que haja mães de 15. Mãe depende do humor, da idade, do estilo, do filho, da criação que a mãe dela deu, de como ela encarou isso e depende principalmente de cada dia. Mãe tem idéias fixas, difusas, confusas, transcedentes, algumas discutíveis e umas que elas não nos permitem nem pensar em questionar. Mãe tem dia que é só amor, tem dia que é só patada, tem dia que parece que foi todo dia assim.
Mãe é um mix de sentimentos tão forte que não dá pra saber se é pra chorar ou para rir. Você já viu a sua mãe sorrir? Quanto valor você dá pra essa imagem? Independente de ela rir todos os dias ou de ser mais recatada, você guarda isso contigo? E chorando, já viu sua mãe assim? Você já viu a sua mãe chorando por sua causa? Porque  caiu e ralou o joelho, porque você fez besteira ou de emoção por alguma coisa que você fez... Sua mãe chorou quando você se casou, anunciou o primeiro filho ou então, sua mãe chorou alguma vez enquanto você a abraçava? A maioria dos filhos responde sim para todas essas perguntas, é porque mãe é assim, imprevisivelmente previsível.
Mãe fica acordada enquanto não tiver notícia suas, vive angustiada, senão com a sua saúde, com a ausência dela ou com seus estudos, sua profissão, seu futuro. Pai também, a diferença é que mãe é o pai com picos de hormônio, atividade de humor intensa e inconstante, nisso implica toda essa complexidade de que falei.
Mãe dispensa quase todas as explicações (até porque elas tem esse poder sobrehumano de ler nossas mentes). Mãe é sentimento puro e de entrega total. É um emprego em horário integral, sem direito a férias, feriado e muito menos remuneração. Mãe é mãe todo santo dia. Mãe é dedicação, um caminho só de ida, um predicado irrevogável. Mãe é tanto amor que mal cabe no dia-a-dia.
Enfim, sobre ser mãe eu não posso dizer muito, mas sobre ter toda essa complexidade de mãe na minha vida, eu posso dizer muito e, resumindo, que sem você eu nada seria.
Obrigada por tudo, mãe! E parabéns por ser a melhor mãe que você pode ser!