A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Fernanda III

Fernanda só não perdeu a cabeça porque ela está lá embaixo daquelas 16 preocupações que tem o peso, cada uma, de um elefante.
Logo, Fernanda sabe bem onde a cabeça está.
Só não sabe muito bem como é que faz pra cabeça acompanhar as atividades diárias.
Olha pra tela do computador com um olhar vago.
Perdida está.
De repente começa a soluçar, mas não é tristeza.
Não.
Nem TPM, antes que perguntem.
O que Fernanda sente é
Alguma coisa
Não tão
Sensacional ou
Importante que justifique o
Evidente
Desvio da
Atenção e patente
Desperdício de 
Energia.
Ela não faz a menor ideia do que seja, 
só sabe que no peito o ritmo é tão acelerado que poderia estar correndo uma maratona,
mas está sentada, com um olhar tão desconcentradamente concentrado (em nada) que parece que enxerga através da tela.
17 elefantes: "se isso não passar, vão perceber que não produzi nada hoje e vou ser demitida".
18 "putz, esqueci a toalha em cima da cama"
19 "o chuveiro está pingando há três dias e eu esqueci de novo de ligar pro encanador"
20 "Ai Minha Nossa Senhora Protetora do Bicho de Estimação SERÁ QUE EU COLOQUEI ÁGUA PRO GATO ANTES DE SAIR?"
...
Quando o expediente termina já são 68 elefantes, empilhadinhos todos sobre o córtex pré-frontal de Fernanda.
No caminho para casa o cansaço é tão grande que parece que preencheu os 12 relatórios que tem que terminar na semana, mesmo que tenha passado a metade do dia encarando o primeiro, e depois de desistir tenha aberto o segundo só para mudar o tamanho da fonte e a cor para um tom de vermelho para ver se chamava mais sua atenção e depois se lembrar que tinha esquecido de fazer o depósito do aluguel que venceu tem 11 dias, e que se não fizer logo vai receber o locatário na porta dela, dai a mudança de tamanho e cor das letras da malfadada planilha não fizeram a menor diferença.
123 elefantes.
Chega em casa, toma banho, anota o que tem que fazer no dia seguinte, parte pro terceiro turno, fazer a janta e o almoço do próximo dia, academia, ler umas três páginas de um livro, desiste no elefante número 125, liga a TV, consegue dormir depois do chá e do calmante: Elefante número 126 "eu não posso morrer de tanto tomar calmante, posso? É fitoterápico..."

Enquanto Fernanda dorme, os 174 elefantes que ela acumulou nessa quarta-feira vão saindo um por um daquela pilha em que Fernanda os colocou... mas só para darem lugar às preocupações do dia seguinte.
Quinta-Feira
6h50 -Elefante número um: na hora de fazer café, acabou o gás.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Disposição

Jamais se arrependa de ser carinho;
de ser colo;
de ser calor.

Nunca desista de ser caminho;
de servir de guia;
de ser porto seguro.

Não se esqueça de ser luz,
de ser lua,
de ser vida.

Indisponibilidade é o mal do século.

Seja breve na correspondência.
Seja breve no seu orgulho.
A única coisa que foi criada para demorar

foi o abraço.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Do seu melhor aposto.

É óbvio que me apaixonei pela sua correção gramatical.
Quem é que não se apaixonaria por tanta sintaxe.
Você é o único capaz de interligar o meu sistema linguístico.
É você quem atribui estrutura às minhas sentenças.
Cada uma das suas vírgulas alimenta meu fôlego.
Os seus pontos me fazem suspirar.
Até mesmo as suas interjeições costumam ser um chamego.
As suas reticências me indicam o momento de sonhar.
Um infinito de substantivos.
Verbos que eu nunca pensei fosse conjugar.
Um artigo definido.
Um sujeito que se tornou meu vocativo principal.
Mudou as desinências e os prefixos;
os "ismos", os "ites" e alguns outros sufixos.
Me mostrou novos radicais.
Anulou meus vícios de linguagem.
Hiperbolizou os meus adjetivos.
Queria saber qual é a conjunção que me liga você.
Mas enquanto não descubro, escreverei a redundância que é te amar.
Afinal, não fosse a sua transitividade verbal, o que seria das nossas sentenças?
Para um casal que não gosta de eufemismos,
não poderia ter frase mais perfeita:
Uma avalanche de amor a cada verso.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Se eu pudesse resumir - Compilação Carpinejar

O amor não é para os fracos.
É o que fica depois do desespero, da vingança, da solidão, da bebedeira, das fofocas, das dúvidas, das brigas, da raiva, dos gritos, dos erros, do orgulho, da cobrança, do cansaço, é o que fica depois de ir embora.
Demora muito para aprender a amar.
Exatamente por ser uma escola de paciência que poucos aceitam cursar.
Não é só dividir a cama...
É dividir a solidão na mesma casa, as histórias na mesa, a novidades na sala.
É dividir a vida inteira.
É estar mal e mesmo assim separar o seu melhor para o outro.
Não é ser metades que se completam, é ser inteiros que se encaixam. Não é encontrar a pessoa certa. Porque a pessoa é sempre errada, o amor que faz dar certo.
O amor é o que ficou depois de tudo.
Então se ele ficou apesar de tudo, não vamos fingir que ele é nada.





domingo, 19 de junho de 2016

Boa mesmo é a incerteza do amanhã.
É não ter que esperar um dia melhor que hoje.
Deixar ser o que vier.
É perceber, pela ausência de expectativas, que todo dia tem potencial de ser maravilhosamente único.
É ver que a confiança aumenta, mesmo diante das incertezas.
É não precisar catalogar planos.
Porque nem da tempo de acumularem.
Quando a gente está feliz fazemos acontecer o inesperado.
Ah, bom mesmo é perceber que não há o que temer quando estamos bem acompanhados.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Fernanda II

Fernanda, só não deixa de ser quem é, tá?
Você sabe do que estou falando.
Faça o que quiser fazer, menina.
Vá pra onde quiser ir;
vista o que quiser vestir.
Pode ser um sorriso e pode ser a máscara escorrendo.
Tira a maquiagem.
Tira a lente;
coloca aqueles óculos que só usa em casa.
tira o salto;
Vá de chinelos hoje.
Deixa a alça do sutien aparecer;
coloca um calcinha confortável.
Vai de vestido e tênis;
de moletom.
Pode ser cavada a blusa,
ou pode ser fechada.
Faz um olho preto;
ou um olho de gatinha.
Sai sem blush, guria.
E a olheira? Esconde...
ou deixa ela lá fazendo sombra mesmo.
Importante de verdade é a sua alma.
Só não maquia a alma, tá, Fernanda?
E nem deixa a sombra chegar lá...
Te acalma, garota, que o resto passa!
Se entende com você mesma.
Tá?


domingo, 5 de junho de 2016

Lembrança

Ah... eu me lembro bem de quando era feliz sem você.
Eu nem sabia que um dia ia sentir que era impossível meu sorriso longe do seu abraço.
Era bom.
Existiam outros braços.
E bocas.
E um bocado de coisas que sumiram depois que você veio.
Ainda lembro bem quando acordei e pensei "agora vai".
Foi bom também.
Mas o que eu nunca vou esquecer são as vezes que me questionei porque estava com você.
Tenho certeza que as rugas na testa serão do vão esforço em tentar lembrar porque eu me prendi tanto a quem não se doou pra mim.
As ruguinhas perto dos olhos vão ser de risos e não do pesar molhado de não ter você.
Ah... eu me lembro bem. Era tudo leve, o olhar mais iluminado, meu riso era frouxo, a vida era uma corrente boa, em vez de picos de felicidade.
Eu sei tudo que não quero me esquecer.
O que eu não sei se quero é (não) ter você.

domingo, 29 de maio de 2016

Com a porta aberta

Como é difícil colocar a vida em uma mala, mudar de casa.
Foram as vezes que o seu sorriso foi largo e sincero.
Foram as reconciliações.
Foram as noites que você me acordava sem querer enquanto cheirava o meu pescoço.
E as vezes que me acordava de propósito.
Foram os nossos planos.
As viagens por fazer.
O lote por comprar.
A casa por construir.
Os filhos por criar.
Foram as vezes que sua voz me acalmou o coração e a alma.
As vezes que meus 'eu te amo' ecoaram e as outras vezes em que foram susurrados, bem baixinho, no seu ouvido, pra não te acordar.
Aaah, a casa velha era boa.
Mas você acabou abrindo a porta e me convidando pra sair.
Foram as vezes que meu choro não significou nada.
Que as minhas vontades foram desrespeitadas.
Que as minhas escolhas foram ignoradas.
Foram as brigas reiteradas por um único motivo.
Foi o excesso de aviso.
Foi por você não mudar.
Então me mudo eu.
Mesmo sem saber se quero morar em outro coração por enquanto.
Deixa estar.
Eu vou ficar bem aqui fechada dentro do meu próprio peito e depois, quem sabe, volte a me aventurar.
Mas só depois que a lembrança da última morada apagar.

sábado, 21 de maio de 2016

Fernanda I

Fernanda finalmente percebeu que para ser ouvida com atenção basta baixar o tom da voz.
Todos param para ouvi-la.
Percebeu que não precisa tentar chamar atenção.
Na simplicidade de ser exatamente como ela é, que o brilho dela se intensifica.
Percebeu que não precisa se ocupar dos preconceitos alheios;
preconceitos são preocupações que os outros tem, que eles se ocupem disso então.
Fernanda se ocupa de sorrisos.
Percebeu que todas as suas dificuldades a fazem especial.
Aprendeu que tem hora para correr atrás e tem hora para quietar a mente e deixar o corpo correr na frente das vontades.
Entendeu que toda música tem pausa.
Que a vida toda é um ciclo;
ciclo este que as vezes fecha, as vezes não.
Fernanda percebeu que o que importa mesmo é o coração.
E que coração lindo Fernanda tem...

sábado, 7 de maio de 2016

Sobre ser Tia 'Carinha'

Sobre ser tia, só posso dizer que ser mãe vai ser maravilhoso.
Mas que delícia é acordar com um beijo molhado. Ou a cama (só porque sei que é uma fase bem importante).
Melhor ainda quando acordo e a cama está seca, e ele vem correndo e diz "você  achou que eu tinha feito xixi na cama?" e penso "não, eu levantei duas vezes pra te levar ao banheiro essa madrugada", mas respondo "que bom, amor, que você  não fez xixi na cama, vamos fazer um pipi agora então?".
Mais delicioso é acordar com um "bom dia" sorridente, animado, pilhado, enérgico, às 7h, quando meu organismo nem descobriu ainda que está ativo pra viver mais dia... e ficar divida entre o cansaço e o sono e a vontade de levantar pra assitir as descorbertas de mais um dia da vida dessa criaturinha que é muito mais parte de mim do que eu poderia supor fosse possível.
Ser tia é ser mãe e pai de um filho que  tem excelentes mãe e pai e que não precisa de você, mas ainda bem que tem (duas vezes)! 
Ser tia é descobrir que ele tem um vocabulário sensacional pra idade dele, e depois descobrir que ele sempre falou "nem pense nisso" mas você  que nunca tinha ouvido antes.
É identificar comportamentos 'dele' 'nele' e perceber que não  podia ser diferente... "filho de peixe, peixinho é".
É perceber que ser tia é a melhor e a pior parte.
É sentir-se dispensável e insubstituível ao mesmo tempo.
É saber que tem coisa que ele fala só pra você, ainda que repita diversas vezes para os outros. Porque um "eu te amo" nunca é igual ao outro.
Resumindo, ser tia é ser sem ser, mesmo sendo.
Muito amor.

Dedicado ao Enzo.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sono bom

O seu soninho é o mais gostoso.
Ou ao menos o meu descanso com você cochilando no meu colo é.
O beijinho sonolento no pescoço é maravilhoso.
Cada detalhe do seu rosto.
O jeito como você suspira, se vira na cama inquieto, mas depois sempre repousa o rosto em mim.
Aquele ronquinho que é um assobio...
e aquele que é um mini terremoto, mas que sempre me faz rir.
Os sorrisos que você provoca no meu rosto quando está dormindo, porque eu acho uma gracinha te assistir.
As lágrimas que enchem os meus olhos todas as vezes que eu me lembro o quanto sou feliz.
Com você eu topo tudo e posso o que quiser.
Eu só não poderia te perdoar se você estivesse em algum outro lugar que não fosse bem aqui.
E não saberia me desculpar se não tivesse feito todo o possível pra te trazer pra perto de mim.
Definitivamente seu lugar é no meu peito...
Sorrindo-sonhando.
Fica?

quinta-feira, 3 de março de 2016

Personagem nova: Teaser - Fernanda

Fernanda acorda todos os dias com a agenda cheia.
Ela é uma das diversas meninas-mulheres que tem uma lista de atividades diárias intermináveis.
Acorda, lava os cabelos, se olha no espelho, reclama mentalmente das olheiras fundas, abre a primeira gaveta, ou cata algum cosmético largado em cima da pia mesmo, espalha em baixo dos olhos, reclama mentalmente que não adiantou muita coisa, as marcas roxas continuam lá.
Sai do banheiro enrolada na toalha e com uma outra na cabeça para secar as madeixas.
Para na frente do armário sem saber muito bem pra que tem tanto trabalho pra escolher a roupa todos os dias, se no final acaba vestindo sempre os mesmos conjuntos... aquela blusa com aquela calça, aquele vestido com aquela sandália...
Depois da árdua tarefa de tentar inovar o "uniforme", sai para trabalhar.
Chega, senta, olha a agenda, começa...
Sete horas depois(ou nove, ou doze ou dezesseis... ) com algumas pausas para o café, Fernanda percebe que fez o suficiente por hoje, levanta, e vai embora.
Na frente de casa, vasculha a bolsa, olha a chave com o chaveiro quebrado, reclama mentalmente que há uns 5 meses ela precisa comprar um chaveiro novo... um chaveiro, não é nada muito trabalhoso de escolher, dai repara que suas unhas estão sem fazer há algumas semanas, credo, quem olha pra minha mão deve pensar.... não quero nem pensar... e as unhas dos pés? deixa pra lá, melhor entrar logo em casa para des....
...cascar essa cebola e fazer alguma coisa para comer, porque tenho que ir correndo para a academia.
Fernanda coloca agora um uniforme atlético, amarra os tênis com dois nós, para não desamarrar o laço durante a corrida, reflete o quanto seria gostoso se pudesse ir trabalhar de sapato baixo em vez de salto, muito mais confortável. Sai.
40 minutos de musculação, 50 minutos na esteira ou uma aula de bike, só nos dias em que a cabeça não está doendo demais para ouvir música alta, encarar as luzes piscando e o professor incentivando "VAMOS LÁ, aumenta o ritmo".
Fernanda volta para casa todos os dias depois da academia querendo uma cerveja gelada, mas só duas vezes por semana toma uma latinha, ou uma taça de vinho.
Então Fernanda chega em casa, procura a chave, abre a porta, passa de novo pela sua cabeça o chaveiro, as unhas, chega, hora de desca...
...belar-se limpando a casa, ou organizando as compras que passaram três dias em cima da mesa dentro das sacolas enquanto ela fazia as refeições no sofá. Menos os iogurtes, esses ela lembro de guardar.
Chega, agora sim... cama. 
Fernanda tem vinte leituras atrasadas, seis séries pela metade... Quando ela consegue se decidir, lê um pouco ou assiste quarenta e dois minutos de qualquer coisa que não vale o tempo que ela perde de sono, quase toda noite.
Se Fernanda dormir agora vai ter 7 horas, 14 minutos e 36 segundos de sono.
Mas antes ela precisa repassar cada minuto do dia, refletir "o que podia ter sido diferente se...."
Fernanda, melhor ir dormir.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Quando tudo parecer desmoronar, 
tenha uma pessoa com quem contar.
Quando a cabeça pesar,
alguém para descarregar 'com', e não 'em'.
Quando o dia-a-dia perder o afã,
mantenha perto quem instiga seus interesses.
Quando tudo parecer errado, 
tente se lembrar que a única coisa certa é quem está conosco, ou por nós.
Aja com carinho e sensibilidade.
Assim quando chegar o dia em que você quiser desistir,
vai ter uma mão para guiar-te pelo caminho;
pés que contarão cada passo junto aos seus;
um sorriso de conforto;
um olhar de confiança.
Um amor que valha a pena não ser a primeira coisa que desmorona quando todo o resto cansar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Take care of me.
Or, if you won't, 
at least take time to think:
if not you,
somebody will.
'cuz when he comes,
you'll probably see
I could take anything from you,
but nothing was just too much.

domingo, 17 de janeiro de 2016

E o frio, fique lá fora.

Tem calor que vem de dentro e esquenta tudo em volta.

Tem calor que é fogo.
Tem calor que é brasa.
Tem calor que é só fachada, quando tudo por dentro congela.
Tem vezes que o calor é passageiro.
Outras vezes demora.
Mas o importante mesmo é o que cada um faz com o seu calor, porque calor pode ser tudo.

Pode ser raiva, pode ser carinho, pode ser abraço quentinho, pode ser sorriso, pode ser dor, pode ser medo, pode ser fúria e pode ser sossego.
O calor pode ser ruim, mas agir mal é uma escolha nossa.
O melhor que fazemos é transformar todo calor em um quentinho gostoso.
Se forem lágrimas, um chocolate quente.
Se for sorriso, uma tarde ensolarada.
Se for amor, que seja tanto calor quanto for possível.
Uma fogueira, um edredom, um bom fondue, um vinho tinto.
Que com nosso calor todo o mal evapore, sopre um vento e leve embora.