A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Nem uma, nem outra.


Ela sempre soube que de nada adiantava sorrir sem sentir, mas também percebeu que era igualmente inútil sentir sem sorrir.
Quando ele a olhava, ela sempre enxergou além do seu semblante: ela queria compreender suas ideias, alcançar cada pensamento.
Nunca foi suficiente segurar sua mão: aos poucos ela percebeu que queria ser dona, completamente, de sua atenção.
Quando ela soube não ser a única, se dispôs a ser a melhor.
Nunca se entregou toda. Não por birra, mas porque sabia que jamais poderia ser de alguém que não fosse completamente seu.
Quando ele se concentrava, apertava os olhos, franzia a testa, vasculhava a mente, ela sempre soube: se é assim agora, comigo não vai ser diferente.
Por mais incômodo que fosse, ela sempre soube que ele jamais se permitiria desistir.
Não por ele, mas porque alguma coisas não podemos escolher, desfazer.
Não por si, mas ela não sabia até onde insistir. E não sabia se queria ficar. Fixar.
Dentre as duas, um turbilhão de pensamentos, sentimentos, imaginação, determinação.
Acabou.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cem por cento sentimento

O que te faz sentir? Boa música te faz dançar? Talvez o pôr do sol te arranque alguns suspiros? E quando eu passo na sua frente o que você sente?
Eu sei sentir, mas tenho um problema resumido em sentir demais.
Logicamente meu excesso de sensibilidade tem um motivo, eu resumo por excesso de sinceridade.
O bom de ser sincera é que, em contrapartida à minha verdade, atraio gente sincera de volta pra mim.
O ponto negativo é que muitas vezes a verdade dos outros não tem nada a ver com a minha... e eu não gosto de fazer esforço para provar que alguém está errado. As coisas são exatamente como elas tem que ser. Eu acho.
Ser intensa demais causa em mim, com certa constância, explosões de energia boa, isso é uma delicia. Mas também causa frustração em níveis assustadores quando eu menos espero. E sentir isso é péssimo.
Eu não queria precisar escrever sobre isso, mas escrever me faz organizar o turbilhão de sentimentos que poderia causar uma explosão de energia negativa em alguma coisa que tenha um mínimo potencial positivo.
Escrever me faz sentir  só o necessário.
Dando créditos a quem de direito, o sentimento que você me causou hoje está fazendo um reboliço dentro de mim, e como eu não quero me sentir assim, vou colocando tudo pra fora em versos.
Sua sinceridade é arrebatadora e me assusta, porque vejo em você exatamente o que eu costumo ser. A sua verdade é muitíssimo parecida com a minha, e é exatamente por isso que eu também soube enxergar suas falhas, seus falsetes. Onde os outros vêem 100% de sinceridade, eu vejo 95% espontaneidade e 5% de um medo muito profundo de simplesmente a verdade das coisas não serem a mesma da sua.
É fácil identificar isso, porque eu visto essa mesma máscara de "está tudo ok" e, como você, sei precisamente o quanto ela não nos serve.
Não sei se você percebeu, mas, apesar de toda a sua sagacidade e o esforço que você faz pra se encobrir, sua verdade prevalece para mim, então cada palavra sua tem uma tradução na entrelinha. Onde você escreveu "afaste-se", eu li "me segure". Acostume-se, porque não por você ser de escorpião vai conseguir esconder as coisas de mim.
Eu também sei surpreender.
Sinto muito, mas a minha atenção simplesmente convergiu para fazer você sentir. A sua negativa não me fez desistir, apenas me forçou a mudar a estratégia.
Quando você estiver disposto a dançar, ou a sorrir olhando o pôr do sol no horizonte... quando você estiver preparado, eu já vou estar curada. Mas não pense que eu não vou estar lá para segurar a sua mão.
Você vai sentir, e eu vou sentir cada músculo do seu corpo se retesar em espanto e encantamento, pode ter certeza.
Eu faço questão de sentir alguma coisa positiva de você, 100%.
Porque 95% não me bastam.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Don't come back


Das tuas manias, as que não gosto me fazem ir; as que eu adoro me fazem voltar; mas o importante é que ao fim do dia, sei sempre como vamos estar.
As pessoas tem me falado para não "fazer isso". "Isso", no caso, seria voltar. Eles tem me dito para deixar você ir, já que foi isso que decidimos que ocorreria.
Sinceramente, não sei se quero você tão longe assim. Será que eu não posso estar com você sem te ter?
Quando você souber a resposta, por favor, me avise. Eu não conto pra ninguém se você não contar.
Eu não te machuco se você não me deixar. Só me avise.
Quando as minhas mensagens incomodarem, me conte. Quando o seu coração palpitar, me evite. Quando você não quiser mais, vá. Mas eu prefiro que fique.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sobre ter despedido

Não sei porque eu insisto em deitar, se eu não vou dormir. Você é quem me fez pegar no sono e despertar, por tanto tempo.
Não sei mais como me vestir, porque desde sempre me arrumei para você.
Não sei mais o que pensar, pois no fundo os meus planos eram sempre para nós. 

Eu nem sei pra que eu vou dizer, se você não vai ouvir.
Meu paladar, meus risos, minha memória, as músicas e tudo mais está tão condicionado ao teus gostos, as tuas piadas, às nossas lembranças...
Até as minhas lágrimas não sabem mais onde devem cair, porque antes aparavam em você.

Eu cantei mais hoje e dancei melhor, porque você não me via... Mas ainda não tenho certeza se quero essa liberdade toda, se for pra me libertar de você.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Sobre despedidas

Eu queria conseguir te dizer, e, se conseguisse, diria que não me falta amor, que a vida é doce e meu café não amarga por sua causa.
Eu queria poder falar, e, se pudesse, falaria  que não me faltam caminhos, que a estrada é um infinito de opções e que minhas curvas se moldaram por sua causa.
Eu queria não precisar esconder, e, se não precisasse, gritaria para todo mundo ouvir que eu sou assim porque eu me podei, e que muitas vezes foi para manter você.
Eu queria simplesmente deixar, e, se deixasse, deixaria tudo guardado com muito carinho, onde eu sempre pudesse voltar, e voltaria sempre para te visitar.
Eu queria que você entendesse, e, se entendesse, eu explicaria que sempre te entendi, e te provaria que não precisava ser assim.
Mas eu não posso. Nem dizer, nem falar, nem gritar, nem deixar, nem explicar, porque você não entenderia. Então eu fico assim, aqui, e quando souber me deixar, vá.

domingo, 20 de julho de 2014

Renata VIII

Renata é criatura simples apesar das várias camadas.
Coração mole, riso fácil. Renata se fosse mais entregue se perderia, seria levada e não voltaria mais. É solta, se acha pronta pro mundo, apesar de todos os medos e aflições. Renata apreende tudo, às vezes até o que não deve, mas ai depois solta. O que não faz bem não perdura, mesmo que demore um pouquinho a passar.
Renata mede com sentimentos as palavras e com ternura cada ação, ainda que já saiba se acredita ou não, se vai ou fica.
Renata é gente de casa. Se chega, senta ou passa um café e fica e não se vai, mesmo depois de já ter partido. É que ela apreende tudo, mas também deixa muito de si, e sempre daqueles detalhes mais impossíveis de esquecer.
Renata não esconde o choro, nem a risada frouxa ou a gargalhada profunda, como quer que seja ou sinta. Se contou, explica, você só precisa perguntar. Renata não acredita em falso interesse nem em história inventada, se você quer saber ela diz, e se o outro está dizendo ela acredita, porque nada é impossível.
Renata sorri pra fora quase todos os dias, mesmo que por dentro esteja meio em tempestade, não por medo ou intimismo, mas porque cada um vive sua batalha e não dá pra ir deixando as preocupações passarem todas pro lado de fora.
Renata é tão simples quanto é simples viver. Ops! Calma, poderia ser mais complicada.....

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Anjinhos de 4 patas

Quem tem cachorro sabe que nós, homens, jamais teremos como retribuir o carinho que recebemos desses anjinhos. Quem tem bicho sabe que apesar da nossa dedicação máxima, nunca teremos condição de retribuir o fato de que eles ignoram todos os nossos gritos, as broncas, os resmungos, os tapinhas e nos recebem de rabo abanando todos os dias. Todos. Sem exceção. 
Quem tem cachorro tem plena consciência da injustiça que é nós passarmos o dia fora, "resolvendo a nossa vida" enquanto eles passam a maior parte da vida deles nos esperando, torcendo pra termos 20 minutinhos livres pra fazer um carinho na barriga, jogar a bolinha ou sair pra dar uma volta.
Eu sou mãe de cachorro, assim como todos aqui de casa, e hoje perdi um filho. 
Não é o primeiro. A vida colocou, na minha vida, já alguns anjinhos desses, e depois também os levou.
Infelizmente nas últimas vezes perdemos nossos amadinhos pro mesmo inimigo... uma doença terrível.
Eu queria poder dito a eles que doia muito vê-los perdendo a força, o vigor e a animação,  mas as despedidas foram sempre abruptas.
Hoje eu queria poder ter dito ao Athos, que  apesar de todas as vezes que ele me irritou muito, com aquela mania besta de colocar aquela bocarra toda babada na minha calça limpa bem na hora de eu sair, eu nutria, e tenho esse sentimento fulminando no meu coração agora, muito amor por ele, muito carinho e muita gratidão pela dedicação diária dele em ser o melhor cachorro que ele podia ser.

Eu queria te dizer, Athos, que por mim teria sido muito diferente, mas como infelizmente não pudemos influenciar na forma da sua despedida desse plano, quero pedir que nos perdoe se em algum momento te pareceu que nossos esforços nao eram suficiente pro seu bem estar, nós estavamos sem saber o que fazer.
Thor, você que já tá abanando seu rabinho no céu, também merece as mesmas considerações e você também Zack.
Foi um grande azar termos perdido vocês tão cedo. E ter o privilégio de compartilhar das suas molecagens, uma sorte enorme.    
O meu coração está em pedaços por causa da falta que vocês fazem.

Athos, auau, você levou um pedação dos nossos corações hoje, estamos todos em casa desamparados com a sua ida. Te amamos, porquinho.

O Athos tinha 3 anos e morreu hoje. O Thor e o Zack foram embora no final do ano passado e em 2012 respectivamente. Os três contrairam leshmaniose.
Nas três oportunidades eu quis dizer alguma coisa, mas não encontrava palavras. Hoje, a dor superou o silêncio.  O Athos era um dos cachorros mais amáveis que eu já tive o prazer de conviver, e vai fazer muita falta.          

Me resta agora fazer uma promessa ao Sirius, nosso guerreiro de 4 patas remanescente, saudável, amado e apaixonado por nossa família: dog, apesar da sua solidão canina, não te deixaremos nunca ficar só. Vamos nos empenhar ao máximo pra que a falta do Athos te afete da forma mais branda possível, embora saibamos que você vai sentir falta do seu fiel escudeiro porquinho, viu? 
Te amamos negão! 

Athos, beijinhos meu amor, todos aqueles que eu deixei de te dar hoje, mas iguaizinhos àqueles que te dei ontem!

terça-feira, 29 de abril de 2014

de corpo e alma

Principalmente de alma.
É incrível como o movimento muda muito mais do que posições.
Quando você fecha os olhos e ouve e tudo em sua volta se movimenta numa sincronia coreografada que você acabou de pensar, em um ritmo que te imerge em sentimentos absolutamente familiares, mas completamente inovadores, todas as vezes.
Você solta o corpo e mesmo assim está sobre o comando de tudo, das pontas dos dedos às plantas dos pés, e cada movimento de flexão e extensão de braços e pernas.
A cabeça gira sem perder a direção, o olhar focado sempre num ponto que te traz de volta ao chão, um infinito de emoções cada vez que o giro torna ao ponto inicial.
Dançar é descontrolar-se completamente consciente, é relaxar mesmo com todos os músculos do seu corpo tensionados, é ter para onde voltar todas as vezes que o cotidiano massacra e o cansaço aperta, é descansar apesar de toda a pressão e a exaustão física. É refugiar-se.

Feliz dia internacional a todos os dançarinos!