A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Viver de passado

Algumas coisas não há como mudar. Mas e quando o final do capítulo não nos agrada? E quando a gente quer um final diferente?
Viver significa fazer escolhas, o tempo todo, por tudo e para tudo. Você pode escolher ficar ou ir, amar ou não, ligar, ignorar, se omitir. Você pode escolher correr atrás, dar um voto de confiança ou desistir. Você pode, mas tem que saber que haverá consequências. E tem que saber lidar com elas, porque quando você faz a escolha que te parece correta e depois não gosta dos fatos subsequentes, você vira um museu de ideias e de sentimentos.
Eu não chamo de arrependimento. Chamo de curiosidade, de persistência. Tem quem chame de teimosia.
Não é arrependimento, porque a gente aprende com a escolha errada, então não tem como se arrepender. Por mais que seja uma lição em cima de um erro, aprendizados são sempre bem vindos. É curiosidade, porque você quer saber o "e se", você quer ver o que acontece se escolher outra opção. É persistência, porque mesmo tendo dado errado, você quer tentar de novo, você não desiste. E é teimosia, porque você quer correr atrás de fatos passados e concluídos.
Eu entendo que nossas decisões formam planos que se sobrepõem e complementam. Se você tem duas possibilidades, então o plano "A" e o plano "B", paralelos e concorrentes, estão a sua disposição. E entendo que as nossas expectativas formam planos também, então o resultado que você espera é o plano "X".
Para alcançar "X" você pode ir por "A" ou por "B". Se você escolhe "A" e não alcança "X", o que te impede de tentar "B"?
O meu objetivo é a felicidade. E as minhas decisões já foram várias e tantas, que hoje não sei se estou no caminho de ida ou de volta. Só sei, que se o plano "A" não me levou ao fim que eu desejava, não há porque não retornar ao início e tentar "B", "C", "D", "E", "F"... Quando der certo, aí eu paro. Porque nesse momento, quando eu alcançar "X", viver de presente me será suficiente. Mas enquanto isso, enquanto ainda estou no caminho, vou vivendo de passado e sonhando com o futuro. Quem sabe meu futuro não está no meu passado? E quem sabe o meu presente é o meu passado no futuro??

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Amor em barra.

Ele só percebeu que ela iria pegar aquela que era a última barra de chocolate ao leite e que ele acabara de pescar da prateleira, segundo depois que seus olhos se cruzaram.
Ela disfarçou, pegou alguns marshmallows e ficou encarando a prateleira com um meio sorriso no rosto.
Ele pensou por um momento em ir embora, afinal, ele havia pegado o que queria, havia chegado primeiro e nada o impedia de levar a barra. Entretanto, ele se dirigiu à jovem mulher ao seu lado estendendo para ela a barra de chocolate:
- Tome, pode levar essa.
- Ah, -ela corou rapidinho-  muita gentileza sua, mas você chegou antes, leve esta, eu levo uma de outra marca.
- Bom, depende. O que a senhorita vai cozinhar? - Ele tentou um tom galanteador, mas se arrependeu logo, com medo de ter soado ridículo e uma cor entre o vermelho e o magenta se espalhou em suas bochechas.
- Nada demais, vou fazer um chocolate quente. - Ela mostrou os minimarshmallows e o leite semi-desnatado que carregava.
- Interessante. - Ele estava com uma expressão reflexiva. - Eu sempre faço o meu com achocolatado.
- Ah, sim. Eu gosto com o chocolate, fica mais cremoso.
- Então, leve. - Disse ele novamente, estendendo a barra em direção à bela moça. - Eu nem decidi o que vou fazer ainda.
- Sobremesa, né? - O rapaz já a ganhara.
- É.
- Alguma ocasião especial?
- Minha promoção.
- Ah! Parabéns! Foi promovido!
- Não... Quero ser. - Ele viu a dúvida e um sorriso se instalarem no rosto dela. - Eu sou assistente de cozinha, estou tentando a vaga de chef.
- Hum, então não posso lhe ajudar. - Disse ela sorrindo amplamente.- A minha especialidade na cozinha é arrumar a mesa enquanto espero o delivery.
Os dois sorriram. Ela não queria se despedir. Nem ele.
38 anos depois daquele encontro na seção de confeitaria do supermercado, ela ainda prepara o seu chocolate quente com chocolate em barra e o dele com achocolatado. Ela põe a mesa com satisfação e há anos não pede comida. Ele, outrora jovem e com tantos prazeres, tem, como maior satisfação, a segurança de sua rotina e, como maior prazer, a certeza de cozinhar para ela.


 Todos os dias.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dia do Pensamento

Bom, como o título do post diz, hoje é dia do pensamento então eu resolvi fazer um post pra vocês pensarem. Obviamente como hoje é sexta-feira e eu estou muito bem humorada, vou pular as questões de consciência social, ecológica, etc... E vou brincar um pouquinho, dar algum material para ocupar suas mentes... ou não.
Algumas coisas inexplicáveis:
Porque quanto mais a gente dorme mais sono sente?
Porque algumas "constantes" da física são inconstantes?
Porque passam um algodão com álcool no braço de quem vai tomar injeção letal?
Porque havia uma serpente "do mal" se Adão e Eva estavam no paraíso?
Porque o Pateta fala, se veste e anda ereto e o Pluto não?

Algumas perguntas que não querem calar:
Se um automóvel viaja na velocidade da luz, seus faróis servem para alguma coisa?
Uma tartaruga sem casco é pelada ou sem teto?
O que as ovelhas contam para dormir?
Como as plaquinhas "proibido pisar na grama" são colocadas?
Porque os filmes espaciais sempre tem som de explosão se o som não propaga no vácuo?
Porque calça a gente veste e sapato a gente calça?

Tá, chega! A última pegurgunta foi trash demais até pra esse post. Tem muitas desse nível, mas eu não vou ocupá-los com "porque o Exalta Samba toca pagode e o Zeca Pagodinho toca samba?" hahahaha Esse post foi mesmo só pra quebrar o gelo. Amanhã eu posto uma crônica que escrevi para rebater o último post (; Hahaha ficou muito "Eu não acredito em amor e casamento". :~
Beiiijos! Bom restinho de sexta-feira 13 para vocês!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

- Você não vai atender, vai?

O celular tocava insistentemente.
- Não (Na verdade, o que ela mais queria era ouvir aquela voz). Talvez um dia isso tudo faça sentido.
- É, talvez.
- Eu fiz o certo, não foi? (Ela não conseguia ter certeza de nada em relação a ele.)
- Não sei... Quem pode dizer o que é certo e o que é errado? Mas foi o melhor pra você agora, não foi?
- É... (Ela nunca ia saber) Mas e se... - O telefone ainda tocava.
- Não! Já está feito! Você prometeu que os "e se" ficariam longe dessa decisão.
- É... mas será?
- Oras, será o que, menina? Só depende de você!
- É, né...?! - Logo chegaria ao fim da ligação, as chamadas iam parar.
- É! E quem é ele pra ficar no seu caminho? - Finalmente, silêncio.
- É, quem é ele?!... Né?
- Mas quanta dúvida! É! (Droga, ela não vai resistir!)
- Mas talvez...
- Talvez o quê?
- Nada, esquece. (Sua respiração já estava agitada.)
- Talvez o quê?
- Talvez, (suspiro) só talvez, (pausa) nada disso faça sentido.
- Você não vai... vai?
- Talvez ele seja o amor da minha vida. (Coração aos pulos. Ela sempre soube que não ia resistir.)
- É, talvez. (Lá vamos nós outra vez.)
- Eu vou, não vou? (Ela já sabe que vai.)
- Vai. Não vai? (É, não tem jeito.) Então vai logo! (Resignação)
- É... Vou lá ligar pra ele.
O ritmo de sua respiração não voltou ao normal muito cedo. Marcaram de se ver e ela não ficou tranquila até vê-lo entrando na cafeteria. Sabia que seu destino era ficar com ele, apesar das brigas e das incompatibilidades. Sabia que no fundo ele a amava e que não fazia nada daquilo de propósito... as brigas, as outras meninas... Era uma questão de tempo até ele entender o valor que ela tinha. Casaram-se, tiveram filhos e hoje, hoje ela trabalha na mesma cafeteria em que eles se reconciliaram tantas vezes, na qual ele a pediu em casamento e onde tiveram os primeiros sinais da gravidez de seu primeiro filho. O salário de gerente é bastante para cuidar dos dois filhos, mas era mais fácil quando dividia as despesas com o marido. Ele está em lua de mel. Menos de três meses depois do divórcio ele anunciou que ia se casar com a namorada (sabe-se lá há quanto tempo namoravam). A pensão ajuda, mas nada substitui a sensação de ter o homem que ela (ainda) ama em casa.
Fazer o que... Quem sabe "um dia isso tudo faça sentido", quem sabe "um dia ele entenda o valor que ela tem"... Quem sabe... "talvez".

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Com legendas, por favor.

Sabe quando as pessoas não param de perguntar o que você está pensando? Ou quando você olha ao seu redor e vê aquelas caras tipo: "ãh?", sabe quando parece que ninguém está acompanhando seu raciocínio, ou então quando as pessoas simplesmente não te entendem? Estou falando de quando as pessoas não conseguem, mesmo, sacar o que você está pensando, quando as suas expressões são dúbias e suas palavras correspondentes ao silêncio. Eu estou falando de quando as pessoas ficam agoniadas para saber o que você está olhando, reparando e pensando.
Eu sinto isso praticamente o tempo todo. Quando não é alguém me perguntando o que eu estou pensando é me observando com uma cara de quem não entende. Sabe aquela cara de criança que pergunta "por quê?" pra tudo? Então, essa cara! Já estou familiarizada com ela... Tanto, que não me incomoda mais. Mas é tão esquisito!
Tem gente que vai direto ao ponto e me diz que me acha meio misteriosa... teve uma amiga que me disse uma vez que quando olha pra mim vê um ponto de interrogação. hahaha Foi o clímax da minha incognicidade. Tem outras pessoas que preferem tentar me interpretar e ficam me encarando, como se a qualquer momento elas fossem ter um insight e fossem vislumbrar meus pensamentos. Estranho sempre vai ser, né... mas acho que vou ter que me acostumar com essa condição de gente "indecifrável".
Tem uma galera (a maioria) que reclama do fato de eu não falar muito o que estou pensando. Eu não fico dizendo se estou gostando ou não de alguma coisa... ou de alguém. Eu não sou muito de falar sobre isso mesmo, a não ser que eu ache extremamente necessário e importante que as pessoas saibam que eu gosto de alguma coisa ou de alguém ou que não gosto. Eu simplesmente não acho relevante ficar emitindo opiniões o tempo todo, porque enche o saco e eu não gosto de pessoas que agem assim... então não faço isso. Isso me torna indiferente? Eu não acho... E quanto a parecer "blasé" a maior parte do tempo... bom, se eu fosse fazer caras e bocas para TUDO, ia estar emitindo opiniões sobre essas coisas (principalmente opiniões negativas. Quem conhece as minhas expressões faciais entende do que eu estou falando). Então também não as faço.
Detalhe: eu discordo substancialmente com essa característica que as pessoas me atribuíram... Eu me acho absolutamente previsível. Outro dia eu jantei num restaurante que fui pela última vez há 3 anos e meio. Eu pedi o mesmo prato sem querer e só percebi quando chegou, porque a apresentação era a mesma e o gosto, lógico. Acertei no prato pela segunda vez, mas fiquei indignada comigo mesma por ser TÃO óbvia. Tinha umas 200 opções de pratos nos menu e eu escolhi o mesmo prato! Qual a dificuldade de interpretar uma pessoa assim? Quer dizer... eu praticamente venho com manual de instruções. :~
Não que eu ache fácil conviver comigo... a convivência é uma praga e o meu humor muda de acordo com a intensidade da luz, então é difícil sim, mas é também dessa forma que eu fico mais entendível... hahaha, sei lá.
Enfim, com manual ou sem manual, óbvia ou não, só sei que, em alguns momentos, me seria de bom uso ter legenda. Hahaha  ;P


Tenham uma boa noite! Beijinhos!

domingo, 1 de agosto de 2010

Usando o que eu aprendi em Literatura no 3º ano.

Monólogo interno é quando você está sozinho ou então no meio de um monte de gente, mas se desliga, esquece o que está rolando em volta, e viaja. É quando você começa a pensar em alguma coisa que te perturba, que te deixou com raiva ou que te fez bem ou mesmo faz planos, do nada. Eu faço isso muito...
Eu ensaio discursos; converso sozinha ou com o box, quando estou no banho e com o Pegasus, quase toda noite. Eu brigo com ninguém, pensando em brigar com todo mundo, imaginando e querendo DE VERDADE que determinada(s) pessoa(s) pudesse(m) me ouvir.
Eu faço isso sempre e, embora nunca tenham ouvido tudo que eu gostaria de dizer, acho legal. Ok, falar sozinha me faz sentir muito estranha. Mas eu sei que muita gente faz isso também e acho que falar sozinha me faz bem. Porque, às vezes, eu preciso falar... mesmo que ninguém vá ouvir. Aliás, estou pensando em escrever sobre isso. Lógico que eu não vou escrever aqui o discurso que eu preparei para quando eu receber o Prêmio Nobel, mas, eventualmente, pode ser que eu venha a escrever umas historinhas aqui. Histórias que eu conto repetidamente para mim mesma, só para tentar entender onde está errado, onde mudar, como fazer ou tentar construir um final que me agrade, mesmo que não vá acontecer. Hahahaha [PAUSE ||] Você já se imaginou recebendo o Prêmio Nobel? Kkkkkk  [PLAY >]
Cara, os meus fluxos de consciência são tão constantes que, às vezes, andando na rua eu percebo que tem gente passando e me olhando torto, por causa da minha falação. É que é meio estranho mesmo, né? Parece coisa de louco. Sexta-feira passada, eu estava indo ao salão e aconteceu que, quando eu virei a esquina, tinha um cara de bike vindo na outra direção e ele fez a curva tão fechada e em cima de mim, que ele ouviu o que eu estava falando... Hahahaha ele continuou pedalando, mas olhando pra trás com uma cara que me fez sentir pouco normal. Na volta, eu coloquei os fones de ouvido, porque ai, pelo menos, parecia que eu estava cantando, ou assim espero... :x
Ter esses monólogos é muito interessante. Eu já mudei o rumo da minha vida consideravelmente, depois de brigas imaginárias e discussões que nunca chegaram a acontecer. É bom quando meus discursos aleatórios chegam nesse estágio epifânico e me fazem mudar de atitude [talvez, eu tenha inventado essa palavra, mas vem de epifania (; Ficou "entendível", né? Hahaha Eu não consigo parar com os neologismos, sorry!]. 
Devido a esses meus momentos "Macabéa" meu tempo às vezes passa pro plano psicológico,  o enredo e o espaço se tornam secundários e tudo em que me concentro é na inconsciente consciência dos meus incoativos pensamentos. {Aliás, melhor situá-los, porque não sei se todos lembram. "Maca" é a personagem da Clarice Lispector na obra "A hora da Estrela". Está ai uma romancista que eu adoro e com cujos personagens me identifico muito. Deve ser porque eu sou tão esquisita quanto a maioria deles.}
Enfim, meus pensamentos às vezes perfunctórios, às vezes nem tanto, me levam a lugares e momentos, a fatos verdadeiros e imaginários, possíveis e impossíveis e na maioria das vezes improváveis, mas que me fazem sair desse mundinho fechado cheio de regras, rotina e etiqueta e me permitem falar o que quiser, como quiser e da maneira como pensar. Quando eu converso comigo, não preciso medir palavras... Monólogo interno... externo... tanto faz. O importante é monologar à vontade!
Beijos, até o próximo post sem noção. :*