A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

- Você não vai atender, vai?

O celular tocava insistentemente.
- Não (Na verdade, o que ela mais queria era ouvir aquela voz). Talvez um dia isso tudo faça sentido.
- É, talvez.
- Eu fiz o certo, não foi? (Ela não conseguia ter certeza de nada em relação a ele.)
- Não sei... Quem pode dizer o que é certo e o que é errado? Mas foi o melhor pra você agora, não foi?
- É... (Ela nunca ia saber) Mas e se... - O telefone ainda tocava.
- Não! Já está feito! Você prometeu que os "e se" ficariam longe dessa decisão.
- É... mas será?
- Oras, será o que, menina? Só depende de você!
- É, né...?! - Logo chegaria ao fim da ligação, as chamadas iam parar.
- É! E quem é ele pra ficar no seu caminho? - Finalmente, silêncio.
- É, quem é ele?!... Né?
- Mas quanta dúvida! É! (Droga, ela não vai resistir!)
- Mas talvez...
- Talvez o quê?
- Nada, esquece. (Sua respiração já estava agitada.)
- Talvez o quê?
- Talvez, (suspiro) só talvez, (pausa) nada disso faça sentido.
- Você não vai... vai?
- Talvez ele seja o amor da minha vida. (Coração aos pulos. Ela sempre soube que não ia resistir.)
- É, talvez. (Lá vamos nós outra vez.)
- Eu vou, não vou? (Ela já sabe que vai.)
- Vai. Não vai? (É, não tem jeito.) Então vai logo! (Resignação)
- É... Vou lá ligar pra ele.
O ritmo de sua respiração não voltou ao normal muito cedo. Marcaram de se ver e ela não ficou tranquila até vê-lo entrando na cafeteria. Sabia que seu destino era ficar com ele, apesar das brigas e das incompatibilidades. Sabia que no fundo ele a amava e que não fazia nada daquilo de propósito... as brigas, as outras meninas... Era uma questão de tempo até ele entender o valor que ela tinha. Casaram-se, tiveram filhos e hoje, hoje ela trabalha na mesma cafeteria em que eles se reconciliaram tantas vezes, na qual ele a pediu em casamento e onde tiveram os primeiros sinais da gravidez de seu primeiro filho. O salário de gerente é bastante para cuidar dos dois filhos, mas era mais fácil quando dividia as despesas com o marido. Ele está em lua de mel. Menos de três meses depois do divórcio ele anunciou que ia se casar com a namorada (sabe-se lá há quanto tempo namoravam). A pensão ajuda, mas nada substitui a sensação de ter o homem que ela (ainda) ama em casa.
Fazer o que... Quem sabe "um dia isso tudo faça sentido", quem sabe "um dia ele entenda o valor que ela tem"... Quem sabe... "talvez".

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