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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Renata III

Renata sempre foi quietinha, não era uma criança que dava muito trabalho, não subia nas coisas nem se pendurava, pelo menos não o tempo todo, e também não fazia birra. Não era nenhuma santa, adorava escalar árvores, nadar, correr e se esconder, mas sabia a hora certa para tudo isso. Às vezes penso que talvez por isso tenha se tornado uma menina tão.... assim.
Ela gostava de se arrumar, escolhia suas roupas desde cedo, adorava arquinhos, faixas, tic-tacs, penteadinhos e batom. Renata era uma dondoca miniatura. Também sempre adorou pendurucalhos, brincos, pulseiras, anéis incontáveis e colares, de todas as cores. Amava suas bonecas como filhas, seus cachorros como cachorros, mas dos mais amados possível e os amigos como ainda os ama hoje. Renata ficava bem de vestidinhos, meias fofinhas e sapatos de verniz, shortinhos e tudo o mais que fosse fresquinho. Mas sabe como ela ficava bem mesmo? Sendo notada. Renata adorava ser percebida, isso não sucedeu, Renata acabou se tornando uma menina que chama menos atenção para si do que muitas outras, mas que tem uma fagulha e pra ela isso é suficiente.
Renata sempre foi contra usar as pessoas para alcançar seus objeitvos, sempre gostou de ajudar e de fazer sua parte, nem que fosse tentando. Ela não tem nenhum dom superespecial além de ser boa ouvinte, falante e chorona. Renata chora muito desde sempre, até hoje e deve chorar ainda por muito tempo, porque é uma menina sensível e vai continuar sendo menina e sensível o resto da vida.
Renata teve seus momentos de ira, ainda tem. Teve um ontem, hoje e provavelmente vai ter amanhã. Mas acima de tudo, Renata tem seus momentos de paixão. De paixão por ela, pelos outros, por momentos e por seus planos. Renata tem um carinho e zelo com seus planos, que tem gente que não acredita, mas ela confia, então nem precisa que mais ninguém sonhe com ela, não que não tenha ninguém. Renata tem tanta gente boa em sua vida que as vezes se sente culpada por monopolizar tanta gentileza em seus relacionamentos.
Renata é tão complexa quanto esse texto, que flui de um assunto para outro sem nada mais para separá-los além de um ponto, porque Renata  já não gosta muito de pontos, quanto mais de parágrafos. Renata foi sempre uma menina meio conservadora, ainda que goste muito de mudar. Mas é que ela gosta de mudar nas coisas simples, que se restauram: o cabelo, o estilo... Mas nunca gostou muito de mudanças drásticas, nem das que não podem ser restauradas, porque tinha receio e ainda tem, às vezes, de preferir o antes e não querer nunca ter mudado... e Renata odeia se arrepender, por isso que conserva tanto. Ela também não gosta que mudem as coisas de lugar, porque essa mudança é chata, porque a gente acostuma com as coisas em um lugar e depois não sabe onde colocaram. Renata também odeia esperar, não porque não tenha paciência, mas porque odeia perder tempo e geralmente quando se espera não se está prevenido para isso, então se perde tempo. Mas se ela estiver prevenida, se tiver um livro, ai tudo bem, Renata não se importa de esperar quando tem alguma coisa para fazer, porque ai não perde tempo e porque adora ler.
Renata, tem uma infinidade de faces diversas, mas nunca contraditórias, apenas que se completam, e que não são faces como máscaras, mas como estados de espírito, porque se pode vestir mais de uma ao mesmo tempo. Renata sente tantas coisas diferentes ao mesmo tempo de vez em quando, que tem hora que ri e chora, de verdade, da forma mais sincera de cada uma das ações e bem por isso nem ela sabe o que sente.
Renata é uma bagunça, porque ela mesma não se entende, fala e não sabe porque, chora e não sabe porque, ri e acha que é por causa de tudo. Renata na verdade não entende nada de tudo que sente e sabe que ainda que entendesse tudo, não seria nada, porque tem coisas que são para entender e outras que são para sentir e não se pode entender completamente e sempre, as coisas que se sente.
Renata apesar de tudo isso, de toda essa complexidade bagunçada, é menina simples, tão simples que faz essa infinidade de ser Renata caber toda dentro de mim. Queria saber como Renata faz isso, mas Renata acha que isso é uma coisa que eu devo sentir e sinto e não entender, como não entendo. Acho que tudo bem, então... Vou deixar Renata sendo Renata.

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