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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ainda me choca...

Ainda estou angustiada, chorei ontem antes de dormir. A tragédia de Santa Maria no último final de semana continua mostrando nossas fragilidades e exibindo nossos medos. Os mesmos que todo mundo tem.
Imagens, textos, solidariedade, ações que realmente valem mais que mil palavras.
As fotos momentos antes do fogo, as declarações de jovens como eu, que naquele dia brigaram com os pais antes de sair de casa, discutiram com o namorado, saíram se consentimento, esqueceram de se despedir, porque não sabia que não voltariam. E os que ficaram? Quem passou o domingo inteiro torcendo para que uma ligação fosse, não para perguntar se estava tudo bem, mas para dizer que estava bem, que tinha-se saído com vida. As pessoas que saíram, viveram, voltaram e ajudaram. As pessoas que dançaram no funeral, porque, na perda, tem-se que relembrar os melhores momentos. As mães, os pais, os amigos. Os que não saíram.
As lágrimas são inevitáveis. A comoção não foi só midiática. Tudo isso toca muito fundo porque nós também saímos sem nos despedir, ainda que seja para ir na esquina, sem imaginar o que pode nos acontecer pelo caminho, nós brigamos com os pais, com os namorados, com os irmãos e ficamos chateados com os amigos, sem nunca imaginar que aquelas podem ser as últimas palavras.
Se aproximarmos a visão e a perspectiva, do que foram e do que são todos os dias, as últimas ações de quem sai de casa sem nunca nem pensar em talvez imaginar que não voltará para lá, nos comove de verdade. Porque nós somos essas pessoas. "Não pense que acontece só com os outros. Nós somos os outros, dos outros."
Deus nos livre e guarde de mais tragédias como essa. Mas se formos pensar objetivamente, a melhor coisa que podemos fazer é realmente viver como se cada momento fosse único. E você não vai querer deixar o seu único momento com os seus pais, seu amado, seus queridos amigos, ser um momento ruim, certo? Assim não existirão muitos arrependimentos. Só dor. E dor não há como não existir. Mas que seja uma dor por saudade e não por raiva de não ter feito como seria nossa vontade.
Vamos cultivar as boas lembranças.

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