A ideia do blog é simples, criar um espaço em que eu possa falar sobre o que quiser e quando quiser, expor, analisar, comentar, reclamar, enfim, compartilhar com quem me acompanha tudo que eu achar relevante. Espero que vocês curtam o blog e participem. (:

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Renata I

Quando Renata era pequena, sua mãe a ensinou que se deve a amar e deixar ser amada, que gentileza gera gentileza e que respeito é o mais importante de tudo.
Renata foi aprendendo que sentimentos são a base de todas as relações sociais, que tudo gira em torno de como as pessoas se interrelacionam e como cada sentimento gera um novo sentimento em um ciclo vicioso do tamanho de... Bom, um ciclo vicioso não precisa ter tamanho.
O fato é que a garotinha foi aprendendo a lidar com seus sentimentos e com os sentimentos alheios de uma forma toda especial, graças às historinhas que ouvia de sua mãe. Com elas, Renata aprendeu que quando alguém se sente mal, você deve dar apoio, oferecer o ombro amigo, aprendeu que você deve fazer sempre o que puder para ajudar e que a família é a solução para a maioria das chateações (a não ser quando é ela o motivo das chateações, mas isso é assunto para um outro post :x)...

- Mãe? Mamãe?
- Oi, Renata, tudo bem filha? Aconteceu alguma coisa? Você teve um pesadelo?
- Não, mamãe, eu queria saber o que acontece com ele depois. Ele fica bem?
- O que, Renata? Quem fica bem? Filha, já é tarde, você tem que dormir...
- Sim, mamãe, mas eu preciso saber se ele precisa de carinho, se eu posso ajudar. O Bambi, como ele fica sem a mamãe dele? Quem é que cuida dele?
- Ah, filhota, deita aqui do meu lado que eu vou te contar o resto da história para você poder dormir.
- Não, mami, se você me contar não vai ter historinha amanhã. Me conta quem cuida dele e eu vou dormir...

- Mãe? Mãe?
- Oi, Renata, você quer alguma coisa querida? Tá com sede? Quer ir ao banheiro?
- Não, mamãe, eu queria saber se o Pinóquio vira menino, porque é muito, muito triste querer ser menino e ser boneco.
- O Pinóquio, filha? Mas eu não te contei essa história ainda...
- Eu sei, mami, mas a tia da escola contou pra gente que ele é boneco e que está triste, porque não pode ser menino!
- Ok, princesa, pula aqui, vou te contar como o Pinóquio fica feliz com Gepeto.

- Mamiii?
- Oi, Renata, que foi filha?
- Mãe, se eu tiver um irmãozinho, ele não vai ser mal igual às irmãs da Cinderela, né?
- O que, Renata? Irmão, Cinderela... Ah, não, filha! Ele vai ser bem bonzinho e você vai ser bem boazinha com ele também.

Felizmente, Renata se preocupava com muito mais do que o final dos contos que ouvia, conseguia levar as lições das historinhas para seu dia a dia. Ela foi aprendendo, aos pouquinhos, que se preocupar era o primeiro passo para fazer diferença. E se interessava por tudo em que podia fazer mesmo alguma diferença. Se ela podia ajudar ou oferecer alguma melhora, lá estava ela. Renata era uma menina só, uma menina no meio de bilhões de pessoas. Uma pessoa que arranjou um jeitinho de ajudar no que fosse possível, ainda que não fosse muito. Renata era uma menina que resolveu que podia fazer a parte dela, independente de os outros fazerem ou não a deles.
Renata era uma menina que sabia fazer a diferença e gostava, porque não custava nada...
...Não custa nada. E se todo mundo puder ajudar um pouquinho, vai fazer a diferença em muita coisa e de muitos jeitos, para muita gente que precisa de um pouquinho de carinho ou de atenção. Porque fazer a diferença não é uma questão de responsabilidade individual qualquer, é uma responsabilidade individual de fazer bem ao coletivo. E no final das contas, cada um de nós é um pedaço desse todo, então quanto melhor para os outros, melhor para a gente. Vamos, nós também, levar as lições das nossas historinhas para além do imaginário... É muito fácil! A Renata ensina a gente! (;

{Renata é alguém que grita em algum lugar, bem fundo, dentro de mim. E que vai começar a participar do blog, porque já há muito tempo que ela pede para falar com vocês... :x}


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